Você é do tipo que adora dar opinião? Sempre tem algo a dizer sobre tudo? Não sabe ficar de boca fechada – mesmo quando não solicitam nada? Então você precisa conhecer a história deste norte-americano que passou simplesmente quase duas décadas sem falar absolutamente nenhuma palavra. E sabem por qual motivo? Justamente por não ter nada a dizer ou compartilhar.
John Francis é um ambientalista que passou 17 anos de sua vida sem pronunciar absolutamente nada. Tudo começou quando ele era jovem, em 1971. Na época, houve um grave acidente ambiental quando dois petroleiros colidiram. O resultado foi um enorme derramamento de óleo que poluiu toda a baía de São Francisco. O impacto não foi sentido apenas pela natureza: Francis ficou tão chocado que resolveu que, a partir de então, não andaria mais de carro. Vale lembrar que, na época, era o auge sair dirigindo para todo canto.
Francis cansou de explicar e ficou sem falar
O ambientalista pensava que outras pessoas tomariam a mesma atitude que ele – o que, claramente, não aconteceu. na verdade, ele era muito criticado por outras pessoas, que o tentavam convencer do contrário. Francis então cansou de ter que explicar repetidas vezes seus motivos para não dirigir, ou mesmo se defender de quem o chamava de “louco” ou dizia que a atitude dele não “iria mudar nada”. E, com isso, aos 27 anos, resolveu ficar um dia sem falar. “Para mim, foi revelador porque ouvi o que as pessoas tinham a dizer, talvez pela primeira vez”, disse ele ao Uol.
Então, um dia acabou se transformando em dois… Em seguida passou uma semana. Apesar dos amigos próximos e a própria namorada tentarem dissuadi-lo a mudar de ideia, ele permaneceu calado. No entanto Frances se sentia tão bem que resolveu continuar sem falar.
O norte-americano, então, seguiu uma jornada ao redor dos Estados Unidos, sempre sem falar. Passou um ano e ele reavaliou se era momento ou não de voltar a falar. E permaneceu em silêncio por mais um ano… E outro… E assim foram 17 anos.
Nesse meio tempo, Francis se formou, fez um mestrado e em seguida, um doutorado. Foi convidado para assessorar o governo sobre derramamento de óleo e até a ONU o queria nomear embaixador do meio-ambiente. John então sentiu que estava chegando a hora de voltar a falar e anotou a data em seu diário: 2 de janeiro de 1990. “Escolhi o Dia da Terra porque queria falar sobre o meio ambiente, algo que para mim tinha deixado de ser sobre o que tradicionalmente pensamos — mudanças climáticas, derramamentos de óleo, poluição e coisas assim — para incluir como tratamos uns aos outros.”
Que história, hein?
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