Com um ano de funcionamento, o Hospital da Mulher, hoje, está com 50% da capacidade total de atendimento, de acordo com o diretor executivo da unidade saúde, Rogério Menezes. Por exemplo, o hospital possui 165 leitos de internação. Destes, só 75 leitos estão cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) para atender à população. Duas das cinco enfermarias, mesmo equipadas, também não estão funcionando.
Entre janeiro e junho de 2013, foram realizados, em média, 1.642 atendimentos ambulatoriais por mês – o que representa 54 pacientes ao dia. Isso se reflete no movimento do hospital. Na tarde ontem, por exemplo, poucas pacientes aguardavam atendimento na recepção do ambulatório. O mesmo era observado nos corredores da unidade.
A situação é fruto, segundo a direção, da carência de profissionais e de recursos financeiros para fazer o hospital funcionar a todo vapor. No total, são 96 médicos trabalhando na unidade. Porém, levantamento feito pela direção constata a necessidade de 190 profissionais. “Temos um cardiologista, quando deveria ter, pelo menos, quatro ou cinco (profissionais) para o ambulatório. Estamos funcionando muito aquém da necessidade”, reconhece Rogério Menezes.
A Prefeitura de Fortaleza informa que a atual gestão recebeu o hospital sem orçamento garantido para 2013. Após negociações com o Ministério da Saúde, foi garantida, recentemente, uma verba de R$ 2 milhões/mês.
Além disso, a expectativa da direção do hospital é aumentar o número de atendimentos até próximo ano, após a realização de um concurso público prometido pelo prefeito Roberto Cláudio ainda para este semestre.
Atendimento
O Hospital da Mulher não possui serviço de emergência. Todas as consultas são previamente agendadas e as pacientes encaminhadas de outros hospitais ou dos postos de saúde. A autônoma Maria Valéria Gomes, 42, deu nota oito para o hospital. “O atendimento foi bom”, afirma.
Já a aposentada Maria Zuleide Gomes, 78, enfrentou mais dificuldades. Ela demorou quase 20 dias para conseguir fazer uma cirurgia de trauma. A direção do hospital explicou que o problema ocorrido com dona Zuleide foi pontual e garante que as cirurgias são realizadas com menos tempo de espera.
Fonte: O Povo
Foto: Thiago Gaspar