IBGE: Safras de feijão foram prejudicadas pelo clima

Acontece|Brasil|Economia

A produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas sofreu queda de cerca de 8,4% na produção em 2016. O clima, principal responsável por essa queda, também está atrapalhando a safras de feijão e arroz, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda é a maior desde 1996, quando a produção encolheu 13,3%.

A quebra de safra da leguminosa tem feito o tradicional alimento das famílias brasileiras se tornar vilão da inflação. O IBGE projeta para 2016 uma produção total de 2,9 milhões de toneladas nas três safras de feijão ao longo do ano, queda de 6,6% em relação a 2015.

Segundo Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, o feijão é mais sensível ao clima do que outros produtos. “Feijão é uma cultura sensível, de ciclo rápido”, e o clima afetou as safras de feijão porque choveu muito no início do ano, época do plantio. Depois, houve seca e, mais recentemente, geadas atrapalharam a produção (o Paraná é o principal produtor do feijão carioca, a variedade mais consumida), explicou Guedes.

safras de feijão 2

A “esperança” para a dinâmica de preços seria a terceira safra de feijão, que está sendo plantada. O IBGE já projeta uma queda de 2,2% na produção da terceira safra em relação a 2015 mas, de acordo com Guedes, não dá para contar muito com ela porque responde por apenas 14,9% da produção anual.

Já no arroz, a redução da safra também começa a se refletir no preço. Nessa cultura, o problema foi a chuva de janeiro no Rio Grande do Sul, que responde por 72,3% da produção nacional.
“Pode ser que a gente precise importar”, disse Guedes, destacando que a produção total nacional do cereal está estimada em 11,5 milhões de toneladas para 2016 (12,2% abaixo de 2015), mas o consumo anual é estimado em 11,5 milhões de toneladas.
Fotos: Reprodução. 

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