A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio constitucional da igualdade, afirmando no caput do artigo 5º, no capítulo que trata dos direitos e garantias fundamentais, que “todos são iguais perante a lei”, e reafirmando no inciso primeiro do referido artigo que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.
Quase trinta anos depois, o que se observa é que as mulheres ainda recebem menores salários e tem de provar diariamente que são competentes para desempenhar a função que exercem, ao passo que os homens são considerados aptos a todas as atividades profissionais desde que nasceram.
Para provar que a situação ainda é preocupante, uma pesquisa anual do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) aponta que seriam necessários 95 anos para que mulheres e homens atingissem situação de plena igualdade no Brasil.
O Brasil ficou na 79ª posição no ranking global de 2016 da organização sobre o tema. Em 2015, havia ficado na 85ª posição. Mas a pontuação do País subiu apenas marginalmente: 0.687, sendo 1 o desempenho ideal.
De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial, as brasileiras têm um desempenho melhor que os brasileiros nos indicadores de saúde e educação, mas ainda enfrentam acentuada discrepância em representatividade política e paridade econômica.
→ Sobre a pesquisa
O Índice Global de Desigualdade de Gênero avalia desde 2006 o progresso das nações na promoção de equilíbrio entre homens e mulheres. Na elaboração do ranking, são levadas em consideração estatísticas de 144 países, que avaliam as condições enfrentadas por mulheres nas áreas de saúde, educação, paridade econômica e participação política.
Em 2016, a estimativa é que a lacuna de desigualdade entre homens e mulheres leve 170 anos para ser preenchida no mundo. A situação mundial piorou de forma geral, mas houve melhora na região da América Latina e do Caribe.
Apesar dos índices negativos, os especialistas do Fórum Econômico Mundial acreditam que a adoção de políticas pragmáticas poderiam rapidamente reequilibrar a relação entre homens e mulheres no País. Você também acredita nisso?
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