Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil possui cerca de 27 milhões de pessoas envolvidas em um negócio próprio ou na criação de um. Devido ao quadro adverso da economia do País, a falta de novas oportunidades e aos cortes de gastos das empresas, que resultam em demissões, criar o seu próprio negócio tem sido a principal escolha para quem se vê fora do mercado de trabalho atualmente. Isso quer dizer que o aumento no número de novas empresas pode ser creditado ao aumento do empreendedorismo por necessidade.
A pesquisa também apontou que dentre os empreendedores do País, 44% estão exercendo a atividade “por necessidade”. Este é o mesmo patamar de 2007. Em 2014 e 2013, por exemplo, esse grupo representava 29% do total. Em contrapartida, a proporção de “empreendedores por oportunidade” caiu drasticamente de 71%, em 2014 e 2013, para 56% no ano passado, menor percentual desde 2007, quando o registro também era de 56%.
Em 2007, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa entrou em vigor, o que gerou um “boom” no empreendedorismo. De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, o aumento de incentivos influenciou o forte crescimento do empreendedorismo por oportunidade, que pode ter voltado a um patamar mais equilibrado quando comparado com o empreendedorismo por necessidade.
Conforme a pesquisa, 39,3% dos brasileiros entre 18 e 64 anos estavam empreendendo ou envolvidos na criação de um negócio, com ou sem CNPJ, em 2015. O resultado é superior ao registro de 2014, quando o percentual era de 34,5%. Dentro do grupo, somente em 2015, 21% dos brasileiros adultos declararam ter negócios iniciais. Outros 18,9% afirmaram que já estavam empreendendo há mais de 3,5 anos.
O setor de serviços continua sendo o mais procurado por quem investe no empreendedorismo por necessidade ou oportunidade. Por outro lado, a participação do setor comercial de empresas que surgem no País tem recuado nos últimos anos, enquanto a participação das novas empresas industriais se mantém estável.
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