Os idosos estão cada vez mais fazendo parte de nosso dia a dia e este é um fenômeno mundial. Mas será que estamos preparados para lidar com o envelhecimento e seus impactos afetivos, sociais e econômicos? Na última quarta-feira (15) celebrou-se o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data, instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, tem o intuito de criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra o idoso e, simultaneamente, disseminar a ideia de não aceitá-la como normal.
Visando saber a opinião dos brasileiros acerca das políticas públicas voltadas ao combate à violência contra a pessoa idosa no País, a Assembleia Legislativa realizou, na semana de 13 a 20 de junho, uma enquete em seu Portal para saber se os internautas consideram as medidas existentes suficientes.
Segundo o resultado da enquete, 73,2% dos internautas responderam que “falta tanto ao Estado como à sociedade mecanismos para prevenir, identificar e encaminhar os casos de violência contra essa faixa etária”. Já 17,2% consideram que as políticas públicas voltadas para idosos são satisfatórias e que “o estatuto do idoso prevê uma série de medidas de proteção e promoção ao envelhecimento digno e saudável”. Outros 9.8% preferiram não opinar.
De acordo com a advogada Cristina Hoffman, coordenadora de Saúde Pública da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, frequentemente, o idoso se cala sobre os abusos físicos que sofre e se isola para que outros não tomem conhecimento desse tipo de violência, prejudicando sua saúde mental e a sua qualidade de vida.
Conforme apontou a coordenadora, as estatísticas mostram que, por ano, cerca de 10% dos idosos brasileiros morrem vítimas de homicídio. Ela assinala ainda que a violência contra o idoso não está relacionada apenas a agressão física. “A negligência, por exemplo, foi a principal forma de violência praticada contra os idosos brasileiros nos últimos três anos. O descuido é caracterizado pela omissão dos familiares ou instituições responsáveis pelos cuidados básicos para o bem estar físico, emocional e social da população, a partir dos 60 anos”, pontua.
Segundo dados do Disque 100, serviço de recebimento de denúncias contra violações de direitos humanos, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, apesar de São Paulo liderar o número de denúncias, 5.442 (20,02%), o Distrito Federal tem o maior número de denúncias per capita, são 354,73 denúncias de violência contra o idoso para cada 100 mil habitantes.
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