Onze pessoas mortas, além de uma onda de lama e rejeitos que percorreu cerca de 500 km, tornam o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), o maior desastre com resíduos de mineração dos últimos 30 anos em todo o mundo. Na última segunda-feira (30), a presidente Dilma Rousseff afirmou durante seu discurso em Paris que uma ação irresponsável causou o rompimento de barragens na bacia hidrográfica do Rio Doce, levando lama a vários distritos de Mariana.
Mais comuns do que se imagina, os acidentes com barragens em geral revelam deficiências no manejo dessas estruturas e descaso com a legislação. Com o intuito de saber que lições os internautas podem tirar desse terrível desastre ambiental, a enquete do Portal da Assembleia Legislativa, publicada entre os dias 23 a 30 de novembro, registrou diversas opiniões.
O resultado indicou que, para a maioria (63,5%), é necessário criar uma legislação que aumente o poder de fiscalização do Estado sobre essas construções, além de punir os responsáveis. Já 23,1% dos participantes entendem que deveria haver maior fiscalização na construção e manutenção dessas barragens, sobretudo por conterem resíduos nocivos à saúde pública e à natureza. Outros 13,5% consideram que é preciso proibir esse tipo de atividade no País, tendo em vista o impacto causado ao meio ambiente.
Parlamentares da Casa, como o deputado Roberto Mesquita (PV) e o deputado Carlos Matos (PSDB), parabenizaram a enquete do site pela importância do tema levantado.
O professor de engenharia civil e de engenharia ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), Anderson Borghetti, ressaltou que já existe fiscalização na construção de barragens de resíduos. “O certo é cobrar maior fiscalização na hora da construção da barragem e realizar vistorias constantes.
No caso de rompimento de uma barragem de resíduos, tóxicos ou não, o desastre ambiental é muito grande, portanto, a segurança na hora de construir esses equipamentos deve ser redobrada”, frisou.
Embora a Vale seja a acionista majoritária da mineradora Samarco, do ponto de vista jurídico, a responsabilidade do desastre ambiental é da Saramago, que é responsável pela gestão e manutenção da área.
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