Não bastasse a onda de protestos violentos contra os Estados Unidos por conta do filme anti-Islã, “Inocência dos muçulmanos”, postado na internet, a revista francesa “Charlie Hebdo” resolveu colocar o país na jogada publicando mais uma vez charges do profeta Maomé. A capa do semanário, que foi às bancas nesta quarta-feira (19), traz a charge de um judeu ortodoxo empurrando um homem de turbante em uma cadeira de rodas. Dentro da revista há várias caricaturas do profeta Maomé, inclusive algumas em que ele aparece nu.
Autoridades francesas criticaram a revista, e enviaram a polícia para proteger os escritórios do semanário. A segurança será reforçada também em escritórios diplomáticos franceses em todos os países com população muçulmana, afirmou o chanceler francês Laurnte Fabius, que criticou a decisão da “Charlie Hebdo”.
A revista já havia sido atacada ano passado, por ter publicado outra caricatura de Maomé. Desde o acontecido, o diretor da revista, que se identifica apenas como Charb, e um cartunista, chamado como Luz, vivem sob proteção judicial. Questionado mais uma vez, Charb fala sobre liberdade de expressão.
“Se não levantarmos a questão sobre se temos o direito de desenhar Maomé ou não, sobre se é perigoso fazê-lo, a questão que virá depois é se podemos falar dos muçulmanos na mídia (…). No final, não poderemos fazer mais nada e um punhado de extremistas que protestam na França e pelo mundo terá ganhado”, disse o editor.
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