De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem quase sete milhões de pessoas com deficiência visual. Dessas, cerca de 600 mil são completamente cegas. Com base nesses números, fica fácil então ter uma ideia da importância de democratizar o acesso a itens como a impressora em braille. Trata-se da ferramenta capaz de levar leitura e educação aos deficientes visuais, porém, que ainda é bem cara e difícil de manusear. Porém, uma brasileira de 19 anos está mudando isso.
Bruna da Silva Cruz é estudante de engenharia e desenvolveu um mecanismo que facilita a transcrição e adaptação de textos para deficientes visuais. Chamada de FastBraille, a invenção de Bruna facilita a vida de quem precisa converter materiais para o braille. Com o aparelho, é possível enviar facilmente textos para serem impressos em papel especial de alto relevo. Através de um computador, celular ou mesmo ditando o texto, a impressora em braille reconhece e imprime o material na famosa linguagem táctil.
Além de facilitar o manuseio, a invenção de Bruna ainda democratiza o acesso à impressora. Isso porque, se feita em larga escala, ela tem um custo de aproximadamente três mil reais. Isso representa cerca de um terço do valor das impressoras em braille já disponíveis no mercado.
Infelizmente, ainda hoje a oferta de obras literárias impressas em braille é muito reduzida. A invenção rendeu à Bruna o segundo lugar no Prêmio Jovem Cientista deste ano. Para ela, o mais importante de seu trabalho é promover a inclusão do deficiente visual. “O Braille é fundamental para a leitura em papel. Ter liberdade para escrever e imprimir garantiria mais acessibilidade”.
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