K-pop e doramas: o lado sombrio da cultura coreana

Polêmica
k-pop doramas

Não é de hoje que a cultura da Coreia do Sul dominou o mundo. Afinal, quem é não dorameira certamente conhece alguém que seja. O fato é que os ídolos do k-pop e dos doramas hoje em dia tem fãs apaixonados em locais que vão muito além da Ásia. No entanto, nem todo mundo sabe que por trás de todo esse brilho e glamour existe uma realidade que chega a ser implacável.

A pressão sobre os artistas é enorme, e a cobrança dos fãs chega a ser exagerada. Então, a busca pela perfeição é constante. E tudo começa já nas empresas que agenciam os idols. Elas ensinam desde cedo a cantores, dançarinos e atores a atender expectativas irreais. Assim, eles seguem dietas rigorosas, treinam exaustivamente e passam por diversas cirurgias plásticas. Além disso, as agências também controlam as vidas pessoais e amorosas das celebridades tanto do k-pop quanto dos doramas. A pressão por fazer tudo sempre certo é constante.

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Quando os próprios fãs de k-pop e doramas são tóxiccos

Não são apenas as agências que exigem demais dos idols, os próprios fãs podem ser ainda piores. Apesar de demonstrarem uma grande paixão por seus ídolos, algum ultrapassam os limites. Além da cobrança e das expectativas irreais que eles colocam em cima de seus artistas favoritos, muitos fãs invadem a privacidade e até ameaçam os artistas caso eles não ajam conforme o “esperado”. Para dar uma ideia, alguns fãs chegam a pagar detetives particulares para stalkearem seus ídolos.

Não são incomuns os casos em que tais “fãs” geram ondas de hate por algum suposto erro cometido por astros do k-pop, bem como os atores de doramas. Essa obsessão e a hipervigilância em relação à vida pessoal dos ídolos leva muitos nomes da indústria da cultura sul-coreana a desenvolverem quadros graves de ansiedade e depressão.

O pior fim para um astro do k-pop ou de doramas

Na última segunda-feira (17), a atriz Kim Sae-ron foi encontrada morta em sua casa na Coreia do Sul. A causa da morte não foi divulgada, mas a polícia já confirmou que se tratou de um suicídio. A jovem tinha apenas 24 anos e tentava a todo custo reerguer sua carreira, arruinada por um erro que ela cometeu em 2022.

Na ocasião, ela se envolveu em um acidente de carro após dirigir embriagada. Na época, ela foi alvo de uma cobertura bastante negativa da mídia e vítima de discursos de ódio nas redes sociais. Para dar uma ideia, todas as cenas que Kim havia feito para a série Cães de Caça da Netflix foram deletadas. A atriz passou a trabalhar como garçonete para pagar os custos do acidente e estava pronta para retornar aos filmes e séries. No entanto, o cyberbullying continuou, e a pressão pode ter sido demais para ela.

E o caso de Kim não é o único: infelizmente, várias atores e idols sul-coreanos já tiraram a própria vida por não conseguirem lidar com isso. Mas essa obsessão dos fãs não se limita à Coreia do Sul. Artistas de outros países também sofrem com isso.

Na Tailândia, por exemplo, os atores Ohm e Nanon costumavam formar um par romântico nas séries em que atuavam, até que resolveram se separar. Os “fãs”, então, passaram a perseguir ambos. Em um evento com Nanon, um grupo apareceu usando as máscaras com o rosto de Ohm. Já o próprio Ohm, além de também passar por situação semelhante, ainda recebeu ameaças que iam de danos a seu carro à morte de seu cachorro.

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Definitivamente essa realidade dos doramas, do k-pop e da cultura asiática em si, quase ninguém mostra. Mas será que esses “fãs” são fãs mesmo?

Fotos: Reprodução

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