Ler romances modifica seu cérebro, mas não precisa largar o livro porque a mudança é para melhor. Ele fica mais ágil na compreensão do texto e ainda te transporta para dentro do corpo do protagonista, de verdade como se você estivesse nadando, correndo ou fugindo. Os pesquisadores da Universidade Emory que descobriram ao convidar 19 voluntários para o teste.
Durante cinco dias, o cérebro dos participantes foi escaneado e a partir do sexto dia eles iniciaram a leitura de Pompeii, de Robert Harris. Por nove dias, todos tinham que ler 30 páginas por noite e eles eram cobrados respondendo a questionários sobre a obra. Todas as manhãs, os voluntários tinham de ir ao laboratório para tirar imagens do cérebro. Ao terminarem a leitura, eles tiveram que voltar ao laboratório por mais cinco dias para que o cérebro fosse novamente escaneado.
As imagens serviram para mostrar aos pesquisadores o que acontece no cérebro de quem lê. As conexões no córtex temporal esquerdo aumentam, aliadas à capacidade de compreensão da linguagem. Mudanças em outras conexões sugerem que o cérebro do leitor durante um pensamento sobre a ação imita essa conectividade como se a ação fosse real.
Os leitores já imaginavam que as boas histórias podiam colocá-los no corpo dos protagonistas, no sentindo figurado. O que os cientistas viram é que ocorre alguma coisa biologicamente, mas eles não sabem ainda dizer por quanto tempo após o fim da leitura esses efeitos permanecem. Melhor então ler um livro atrás do outro, não é?
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