Licença-maternidade: como funciona no Brasil e em outros países

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Depois que o bebê nasce, as mães costumam criar um apego ainda maior aos filhos. A dedicação em tempo integral vira uma rotina e acompanhar de perto o desenvolvimento do filho durante o primeiro ano de vida é o sonho de muitas mulheres que trabalham, mas poucas têm a chance de realizá-lo.

No entanto, para algumas felizardas, o cronômetro que é disparado para o fim da licença maternidade depois que o bebê nasce vai demorar mais a zerar: quatro grandes empresas anunciaram recentemente a ampliação do período de afastamento remunerado. Isso pode abrir precedentes para que outras gigantes (ou nem tanto) do mercado corporativo sigam o exemplo.

Para a socióloga, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos da População, da Unicamp, Maria Coleta de Oliveira, ainda que uma empresa inovadora busque eventualmente tirar partido no marketing, mostrando que cuida das pessoas ou que se preocupa com os funcionários, o exemplo é importante.

Entre as empresas internacionais que ampliaram o período de licença maternidade estão:

Virgin Management – a empresa de origem britânica saiu na frente ao contemplar seus profissionais com um ano inteiro de licença após nascimento ou adoção – remunerada de acordo com o tempo de casa. A política vale não só para as mulheres como também para os homens dos escritórios em Londres (Reino Unido) e Genebra (Suíça);

Netflix – anunciou recentemente que seus funcionários em todo o mundo poderão tirar licença com remuneração integral pelo tempo que julgarem necessário durante o 1° ano da criança;

Adobe – a empresa norte-americana de softwares também tem novidades: a partir de novembro, serão 26 semanas de afastamento para as mães (o equivalente a seis meses e meio) e 16 semanas para os pais. Outra boa notícia é que os empregados agora podem tirar até quatro semanas remuneradas para cuidar de um familiar que adoeça;

Microsoft – a gigante da tecnologia também alterou sua política de benefícios para os funcionários americanos: homens terão 12 semanas e mulheres contarão com 20 semanas (cinco meses), com pagamento integral. Já é um avanço, considerando que os Estados Unidos são o único país desenvolvido onde o afastamento remunerado não é lei – as mães só têm direito a 12 semanas não remuneradas, e os pais, nem um dia.

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Por aqui, com o nascimento do bebê, a maioria das famílias se depara com a seguinte situação: o pai pode tirar cinco dias e a mãe 120 (quatro meses) para cuidar do recém-nascido – direitos que chegaram com a Constituição de 1988. Há ainda uma contradição. Como lidar com o fato de que a mulher é incentivada a alimentar a criança exclusivamente no peito até o 6° mês de vida, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), se ela só tem, garantido, quatro meses de licença maternidade por lei?

 

Fotos: Reprodução. 

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