Ícone mundial de elegância por um lado e, por outro, agente nazista e antissemita. Coco Chanel vivia nesses dois extremos e, entre eles, muitas histórias, uma trajetória difícil e o sucesso que veio após o reconhecimento de seu trabalho. Ela reinou absoluta de 1913 – ano do lançamento de seu primeiro vestido – até 1971 – quando morreu quase centenária. Ainda hoje, a dama da moda se faz presente em nossas roupas, perfumes e até mesmo em nossos sonhos!
Da Champs Élysées à Quinta Avenida, todos viram, amaram e desfilaram por aí com um pretinho básico – criado em 1962 – tailleurs, cinturas baixas, jóias falsas e as pérolas. Todos inseridos no mundo na moda e no gosta feminino por Madame Chanel. Os anos 1920 traduziram bem o “estilo Chanel de ser”: cabelos curtos, seios pequenos, personalidade forte, cinturas abaixadas até a altura dos quadris e um ar de vivacidade. Assim era Coco Chanel!
Chanel fascinava a todos! Não é a toa que olhares de escritores e cineastas voltaram-se para ela. Foram mais de 57 livros escritos sobre a vida de madame Chanel. Bons exemplos são os grandes autores franceses Paul Morand e Edmonde Charles-Roux. Já as obras americanas, que retratam a vida da grande Coco Chanel, trazem alementos há mais sobre a personalidade dela: muitos amores passageiros (alguns bissexuais), e até mesmo a proximidade com as drogas.
Sem dúvidas, o livro “Dormindo com o inimigo – A guerra secreta de Coco Chanel” é de uma exatidão de fatos absurda. Com 57 anos, Chanel era amante de um oficial alemão, o barão Hans Gunther. No livro existem informações de que Chanel teria sido recrutada pelo serviço de informação do Estado-Maior alemão e tornou-se agente F-7124.
Coco Chanel chegou a participar do plano “Chapéu de Moda”, que tinha como objetivo salva a Alemanha da derrota que estava se anunciando. Nesse período surge o Chenel N°5. Sempre com ótimo tino para negócios, Madame Chanel o mote da do inicio da ocupação da Alemanha para pegar o controle do perfume. Isso mesmo! Antes, a fragrância pertencia a dois judeus, que foram patrocinadores de Chanel.
Chanel sempre foi uma grande dama! Elegante, serena e cheia de classe. Proclamava sua independência, liberdade e revolta aos quatro cantos do mundo! Declarava-se livre de preconceitos e dizia tomar atitudes provocadoras, mas nunca falava mais profundamente das amizades femininas. Ela preferia falar das ousadias “chiques” e encobrir as mais duvidosas.
Da infância pobre e cheia de dificuldades, Chanel falava muito pouco. Mesmo assim, ainda selecionava o que achava digno de ser revelado e – por incrível que pareça – mentira as amigas ricas sobre sua origem. Filha de um camelo, nasceu em um pequeno vilarejo. Perdeu a mãe aos 12 anos e, logo depois, o pai sumiu.
A menina foi entregue a um orfanato, junto com as duas irmãs. Permaneceu no local até aos 18 anos. Começou a trabalhar como costureira, o que jamais seria suficiente para ela. Chanel queria mais. Ela queria o sucesso a todo custo. Então, conseguiu ser contratada em um music hall e cantava para os soldados, que simplesmente amavam a moça.
Uma das canções de Chanel tinha o refrão “Quem viu Coco no Trocadéro”, que rendou o nome Coco a ela. Foi lá que a então jovem conheceu seu primeiro amante, o extremamente rico Étienne Balsan. Mas, a eleita para subir ao altar com ele foi outra mulher.
Das derrotas e dificuldades ela tirou a dureza, frieza e avidez. A primeira empresa surgiu com a ajuda – e muita generosidade – de uns de seus amantes. Talento, ousadia e classe eram os principais temperos usados por Madame Chanel na criação das peças que até hoje são consideradas clássicas, chiques e elegantes.
Algumas obras para você conhecer melhor Coco Chanel:
Coco Chanel – a biography (Axel Madsen)
DVD Coco Chanel (Minissérie)
Coco Chanel (Justine Picardie)
Serviço:
Livraria Cultura
Endereço: Avenida Senador Virgílio Távora, 845
Telefone: (85) 4008-0800
Fotos: Reprodução