Na última terça-feira (05), a lama com rejeitos de mineração que vazou após a ruptura de barragem em Mariana, Minas Gerais, triplicou de tamanho na superfície do mar do Espírito Santo em relação ao último domingo (3).
Apesar de ter apresentado um recuo de cerca de 90% entre 29 de dezembro e três de janeiro deste ano, a dimensão da mancha de lama voltou a crescer no dia seguinte, atingindo 66,6 km². O pior é que não há prazo para que os rejeitos de minério deixem de ser despejados no litoral.
O acompanhamento é feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), órgão ambiental do Espírito Santo.
Para o professor de engenharia costeira da Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) Paulo Rosman, não há prazo para que a mancha de lama deixe de ser despejado na costa do município de Linhares (ES), devido à enorme quantidade de lama que ficou depositada nas margens do Rio Doce e de seus afluentes, alguns dos quais foram invadidos pela lama por mais de 80 quilômetros.
De acordo com o Ibama, fatores como a incidência de chuvas ao longo da bacia do Rio Doce, a direção dos ventos no litoral e o comportamento das marés, influenciam no comportamento errático da mancha de lama.
Outro fator capaz de acelerar a dispersão da lama de rejeitos seria uma ação de desassoreamento do rio Doce, diz o secretário do Meio Ambiente do Espírito Santo, Rodrigo Júdice. Ele, no entanto, responsabiliza a Samarco, empresa dona da barragem que se rompeu em Mariana (MG) no dia cinco de novembro, pela elaboração da medida.
Afirmando que ainda trabalha na elaboração de um plano de mitigação de danos ambientais, por meio da contratação de uma consultoria especializada, a Samarco ainda não encaminhou aos órgãos ambientais do estado um plano emergencial de mitigação de danos ambientais, conforme determinou a Justiça de Minas Gerais no fim de novembro.
Fotos: Reprodução.