A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL, deputada Rachel Marques, afirmou ter se sentido pessoalmente atingida pelo atentado à Marielle Franco. “Senti a dor de uma violência contra a democracia, especialmente contra a representatividade da mulher na política”, destacou.
Para Rachel Marques, a comoção nacional que a morte de Marielle causou demonstra que a vereadora “já é semente que não cansa de germinar no coração das novas gerações”. “Marielle se tornou um símbolo no qual precisamos nos inspirar para construir uma força coletiva, um sonho comum capaz de democratizar o Brasil. Se tem algo que Marielle nos ensinou, é que não se luta sozinho”, salientou a parlamentar.
Já o deputado Renato Roseno comentou sobre o populismo autoritário que se instaurou no Brasil. “O populismo autoritário é violento na política. Ele é raso nas ideias, promove ódio e intolerância, é contra a diversidade e a pluralidade, contra a Justiça, a democracia e os direitos. Ele está baseado em falácias que querem utilizar para manipular a opinião pública, para que os direitos sejam destituídos”, alertou.
Ainda segundo Roseno, o martírio de Frei Tito se iguala agora ao martírio de Marielle, uma vez que os dois lutaram a favor da democracia e da justiça. “É a luta daqueles que, há cinco séculos, como Zumbi e tantos outros, têm se levantado contra os grilhões e que foram martirizadas porque queriam e querem um País de justiça para todos”, frisou.
A deputada estadual eleita do Rio de Janeiro, Mônica Francisco (Psol), falou sobre a honra de ter composto a equipe do mandato de Marielle. “Uma equipe diversa, que materializava a interseccionalidade com mulheres trans, lésbicas, bissexuais, negras, faveladas e feministas”, descreveu. Mônica também julga que a maior dor, a que ainda acompanha a todos que a conheceram, é a dor do que Marielle poderia vir a ser. “Calaram a voz física de Marielle, mas nós continuaremos gritando, continuaremos falando: nós somos Marielle”, afirmou.
A viúva da vereadora Marielle Franco, Mônica Benício, lembrou que nem o título de parlamentar foi capaz de proteger sua esposa. “Marielle foi, de novo, um recado para nos dizer que a população negra é a carne mais barata do mercado; que a população LGBT vai continuar ocupando o protagonismo das páginas dos jornais com páginas de sangue; que as mulheres que são vítimas de violência diária nesse país, que é o quinto maior no índice de feminicídio, vão continuar nesse ranking com esse futuro governo fascista que teremos”, pontuou.
Mônica Benício destacou ainda que homenagens como essa são de fundamental importância, pois a história de vida da Marielle traduzia as lutas contra o genocídio da população negra, a homofobia e o machismo. “O estado brasileiro precisa responder ao mundo quem matou Marielle Franco para que a gente possa acreditar que ainda temos, mesmo que frágil, alguma coisa de democracia nesse país”, reivindicou.
A vice-governadora do Estado do Ceará, Izolda Cela, relatou que acompanhou com assombro as notícias sobre a morte da vereadora e falou sobre o seu comprometimento com a juventude cearense a fim de honrar a memória de Marielle. “Nós precisamos garantir que a juventude tenha cada vez mais oportunidades de conhecer sua história, de desenvolver uma consciência mais aberta, de poder compreender como realmente a sociedade funciona, compreender, infelizmente, as nossas raízes de preconceito e exclusão. Precisamos garantir isso, pois é uma das coisas que está sendo atacada com uma força de atraso muito grande”, avaliou.
Também participaram da solenidade a titular da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, Socorro França; o coordenador de Direitos Humanos do Gabinete do Governador, Dimitri Nóbrega Cruz; a coordenadora estadual de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade racial do Ceará, Maria Zelma de Araújo Madeira; a vereadora de Fortaleza, Larissa Gaspar (PPL).
Estiveram presentes, ainda, a representante do Fórum Cearense de Mulheres, Manuela Matias; a líder do Coletivo Marielle Franco no Cariri, Zuleide Queiroz; e a senhora Lúcia Rodrigues Alencar Lima, representando a família Frei Tito de Alencar Lima; a ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele; a ex-vereadora de Fortaleza, Rosa da Fonseca; e os ex-deputados estaduais João Alfredo e Nestor Bezerra.
Que a memória de Marielle Franco seja sempre honrada!
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