Como todos sabem, o Ceará fechou a quadra chuvosa (período de fevereiro a maio) abaixo da média, o que fez com que o ano de 2016 passasse a compor a lista dos dez anos mais secos da região desde 1951. A situação dos reservatórios que abastecem Fortaleza e 17 municípios da região metropolitana é crítica, por isso, a Cagece foi autorizada a aplicar uma tarifa de contingência de 20% sobre a média do consumo de água da população.
Na capital cearense, a nova tarifa começou a valer no domingo (18) e o mecanismo é o mesmo do que vinha sendo aplicado. Desta vez, o que muda é a meta para redução no consumo dos clientes, que não deverão ultrapassar os 80% da média anual de seu consumo de água – calculada entre os meses de outubro de 2014 e setembro de 2015. Quem passar disso fica sujeito a pagar multa de 120% sobre as tarifas.
A nova meta de redução de consumo faz parte do Plano de Segurança Hídrica da Região Metropolitana de Fortaleza, lançado em agosto deste ano, e reflete a diminuição do volume de água que chega para a população e para o comércio e a indústria.
De acordo com a Cagece, 60% dos imóveis de Fortaleza e Região Metropolitana não deverão ser enquadrados na nova tarifa de contingência por cumprirem a demanda mínima da companhia, que era de até 10m³ por mês.
Reservatórios: situação preocupante
A situação do Açude Castanhão, um dos principais reservatórios de abastecimento da região, é preocupante. Considerado o maior açude de usos múltiplos do Brasil, o Castanhão está com apenas 6,6% da capacidade útil, que é de 6,7 bilhões de metros cúbicos (m³). Com o uso, a falta de chuvas e a evaporação, a cada dia, o volume cai.
Por isso, é fundamental se conscientizar acerca da importância de economizar água. Para quem tem dúvidas sobre a revisão da meta de consumo de água para aplicação da tarifa de contingência, a Cagece disponibiliza um guia de perguntas e respostas em seu site.
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