Foi oficializado ontem (3) o pedido de anulação, feito pelo Ministério Público Federal do Ceará, de uma 14ª questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O responsável pelo pedido foi o procurador da República Oscar Costa Filho, que solicitou a anulação de 13 questões do Enem, na semana passada. O Inep afirmou que irá recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal, em Recife-PE.
Oscar Costa Filho diz que já sabia da existência de outra questão semelhante à do Enem, antecipada em material didático pelo Colégio Christus e que decidiu garantir logo a anulação das questões idênticas, para depois pedir a anulação da questão semelhante. Eu não queria deixar margem para controvérsia, não queria estragar a decisão por causa de uma questão parecida, que inclusive coincide na resposta, a letra B”. O Inep é contra a decisão de anulação e defende que os 639 alunos do Colégio Christus façam novamente a prova (a mesma aplicada a detentos) nos dias 28 e 29 de novembro.
De acordo com o procurador, o pedido do Inep fere o princípio da isonomia, pois estão querendo tratar de um assunto nacional como um problema local. A presidente do Inep, Malvina Tuttman, afirma que a isonomia só será mantida se houver o cancelamento das provas dos alunos do Colégio Christus, já que estes tiveram mais tempo para resolver as outras questões, pois já conheciam as que lhes foram adiantadas.
Em relação à informação de que dois cadernos aplicados no pré-teste, realizado em 2010 no Colégio Christus, a Polícia Federal está fazendo as investigações e ouvindo os depoimentos dos fiscais que estavam na escola. Alguns alunos universitários, chamados para fiscalizar as provas do pré-teste, negam a participação no vazamento dos cadernos. “Consta tudo na ata: quantos papéis recebemos, quantos foram entregues, quantos faltaram. Se sumiu, foi com eles mesmo”, disse a fiscal Daisane Mendonça, de 24 anos. Daisane afirmou ainda que no dia da prova “eram os seis fiscais e os alunos. Não tinha professor e mais ninguém”.
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