Quando criança, a pequena Gina demorou a aprender a ler. Aos oito anos de idade, ela ainda não sabia ler, mas fingia que sabia, pois decorava tudo. Quando uma professora a chamou na mesa dela, achou que tudo estava perdido. Mas, em vez de dar bronca nela, a educadora se esforçou para ensiná-la a ler. Foi quando Gina percebeu que não queria ser invisível e deveria ser professora para ter a oportunidade de provocar nas crianças a mudança que aquela mulher havia provocado nela.
Com base em sua própria história, Gina criou o Mulheres Inspiradoras. A ideia surgiu quando a professora percebeu, nas redes sociais, que muitas meninas jovens reproduziam padrões depreciativos da mulher. Faltavam referências positivas femininas para essas meninas. Ela então viu que precisava mostrar a essas jovens mulheres que pudessem ser verdadeiros modelos a serem seguidos.
O Mulheres Inspiradoras nasceu como forma de levar referências positivas de mulheres adolescentes para as crianças. Em sala de aula, Gina começou a trabalhar com livros de diversos gêneros literários. Todos eles com exemplos de mulheres fortes, de diferentes classes sociais, cor de pele, nível de escolarização e idades. Obras como O Diário de Anne Frank, Eu sou Malala e Quarto de despejo: diário de uma favelada são lidas e estudadas.
Os alunos discutem o conteúdo lido e dissertam sobre as mulheres inspiradoras presentes nessas e outras obras. E com isso, as meninas começaram a ver que tinham muito mais a oferecer do que o corpo.
O projeto, inclusive, já conquistou diversos prêmios como o 4º Prêmio Nacional de Educação e Direitos Humanos, patrocinado pelo Ministério da Educação, e o 1º Prêmio Ibero-Americano. Em 2017, foi ampliado para mais 15 escolas públicas do Distrito Federal, entre elas: Ceilândia, Gama, Taguatinga, Riacho Fundo e Santa Maria. Atualmente, cerca de 1500 estudantes do Distrito Federal são atendidos pelo Mulheres Inspiradoras.
Bem que o projeto poderia ser adotado em mais escolas do Brasil, não acham???
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