A marca desfila peças que valorizam a diversidade feminina e o interior além do exterior
Uma mulher que assume riscos, que enfrenta os medos, que se redescobre a cada dia. É à estas figuras que a coleção A Cidade Perversa, da marca franco-brasileira LIZZI, se destina. Desfilada na noite de ontem (25), a coleção de Outono/Inverno 2015 unifica a natureza feminina com a noite urbana, numa fragilidade agressiva e delicadeza marcante .
A inspiração veio da obra “A noite os azuis são cinzas”, do artista Gildas Rigaud, que carrega a ideia da transição da vida noturna até a chegada da manhã. A coleção une elementos da cena rock do século XX com a trágica personagem de Maria Antonieta (rainha francesa do século XVIII), além de trazer um pouco do artesanato brasileiro através dos vidrilhos bordados pelo grupo Bumba-meu-boi da Floresta, da cidade de São Luís – MA, que apareceram em algumas peças.
Privilegiando os vestidos dentro da gama de casacos, tailleurs, calças, blusas e saias, as silhuetas eram minimalistas e mais retas, quase sem marcar o formato natural do corpo. Os ombros geralmente apareciam mais largos por meio de ombreiras, mangas bufantes ou mangas no estilo japonesa. Em alguns looks, apareceram babados, nos punhos e nas golas, e recorte nas costas. Nas saias e vestidos, o comprimento predominante foi o mini.
Em uma decisão ousada, conseguiu misturar com louvor o tweed ao linho para compor as peças e utilizou gaze transparente para os detalhes. A cartela de cores abrange as cores preto, branco, cinza e o verde-azulejo, além dos detalhes (e meias calça!) em vermelho e amarelo. Para completar, sapatos em estilo mais masculinos e luvas em couro e renda.
Na maquiagem, um espetáculo à parte. As modelos apareceram com um batom escuro em tom azulado, olhos com delineador gatinho na linha dos cílios superiores e inferiores e, para completar, um pedaço de renda preta aplicada da têmpora até o início da sobrancelha. Algumas traziam, ainda, pequenas pérolas na área das maçãs do rosto, abaixo dos olhos. Os cabelos estavam presos em coque de altura média, levemente frouxo e bagunçado. Parte deles vinha em um tom esbranquiçado, que remetia às perucas usadas pela nobreza no século XVIII, e com penas como adorno.
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Uma coleção notável, que se mostrou contemporânea, mas com um pé no passado suntuoso do Rococó de Maria Antonieta.
Fotos e vídeo: Reprodução/DFHouse/Gabriella Cabral