Mudanças como o fim do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais agora são oficiais. Há sete anos em uso, as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passaram a ser obrigatórias em todo o País desde o dia primeiro de janeiro deste ano. A previsão inicial era que as regras fossem cobradas oficialmente a partir de 1° de janeiro de 2013, mas, após muitas polêmicas e críticas da população, o governo adiou a implementação.
A mudança se deu após o Brasil ter assinado um acordo em 1990, com outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para padronizar as regras ortográficas. O objetivo da CPLP é facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os países.
Segundo Marisa Guião de Mendonça, diretora-executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) os ritmos de aplicação do Acordo Ortográfico são, contudo, muito variáveis entre os vários países da CPLP. “É completamente diferenciado: alguns já ratificaram, outros não, em alguns países a lei já foi ao parlamento nacional, em outros ainda não foi. E há a questão dos recursos. Não só recursos humanos, para que se possa fazer este processo com garantias de sucesso, mas sobretudo recursos financeiros e recursos materiais”.
De acordo com o Ministério da Educação, o acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal. O Brasil é o terceiro dos oito países que assinaram o tratado que torna obrigatório as mudanças, que já estão em vigor em Portugal e Cabo Verde. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste ainda não aplicam oficialmente as novas regras do Acordo Ortográfico.
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