“Com Clarice” mostra que a escritora era atenciosa e invariavelmente convidava as pessoas para a visitarem, bem diferente do lado melancólico que ela foi tachada
Clarice Lispector, famosa escritora, era caracterizada por ser fechada, amargurada, como se via na sua escrita intimista, tornando-a famosa. Mas, um livro chamado “Com Clarice” acaba se ser lançado e provando justamente o contrário, Clarice era atenciosa e bem receptiva.
No rol das amizades, destacava-se o casal Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna. Ambos a conheceram quando já Clarice era escritora consagrada, mas cultivaram com ela uma relação de profunda amizade, que percorreu os caminhos da literatura e da vida. É o que se observa em “Com Clarice” (Editora Unesp), volume em que Marina e Sant’Anna esboçam um retrato sensível de uma mulher, à primeira vista, indecifrável.
O livro traz uma particularidade bem interessante que geral mais credibilidade nos fundamentos levantados, pois trata de uma obra feita por estudos acadêmicos e pela transcrição de um importante depoimento dado por Clarice ao Museu da Imagem e do Som do Rio, em 1976.
“Ela estava particularmente feliz naquele dia, sorrindo várias vezes”, lembra-se Sant’Anna, que teve a ideia da obra graças aos incessantes pedidos de pessoas que escreveram livros relevantes sobre Clarice: resolveu oferecer sua visão e a de Marina, lembranças de afeto e epifanias.
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