O olhar brasileiro na cobertura de conflitos armados

Cultura|Exposições

Ao longo das últimas décadas, não foram raros os conflitos ao redor do mundo. Duas Guerras Mundiais, o interminável embate entre Israel e Palestina, além de confrontos emblemáticos em locais como Coreia, Irã, Vietnã, Congo, Angola, Líbano e Afeganistão. Na maioria das vezes, a história que correu no front foi contada pelas lentes de fotógrafos norte-americanos, franceses e japoneses. Em nenhum desses episódios tivemos uma forte cobertura fotográfica brasileira.  Mas para mostrar vertente da fotografia com o qual começamos a flertar muito recentemente, o Museu da Fotografia Fortaleza recebe, a partir desta quarta-feira(04), Na Linha de Frente, exposição que reúne trabalhos dos principais fotógrafos brasileiros de conflitos armados.

“A não ser nas salas de cinema, nunca havíamos estado nas primeiras filas acompanhando uma batalha”, afirma o curador da exposição, que abarca ensaios sobre a produção brasileira de fotografia de guerra e suas nefastas consequências. Além dos registros de Mauricio Lima e André Liohn, o público também será apresentado aos trabalhos de Yan Boechat, João Castellano, Felipe Dana e Gabriel Chaim – este último, fotojornalista que teve suas imagens da Síria e do Iraque exibidas durante duas turnês mundiais da banda irlandesa U2.

Os trabalhos selecionados para a exposição apresentam ao visitante olhares pouco convencionais sobre a guerra da Líbia durante a deposição do ditador Muamar Kadafi; a retomada de Mossul, cidade iraquiana que esteve sob domínio do Estado Islâmico; a vida em um campo de refugiados no norte do Iraque e também a destruição que tomou conta das cidades de Alepo e Kobani, na Síria. A mostra traz ainda o relato fotográfico da jornada de uma família que deixou o norte do país em busca de uma nova vida na Europa.

“São registros surpreendentes, que entram pelos poros – infelizmente, nos tocam pela estupidez e dor. Através do olhar desses bravos brasileiros, temos acesso privilegiado a esses momentos da história, além da chance de poder refletir a respeito do que os leva a acontecer e o absurdo que representam”, completa Fernando.

Fotos: Reprodução

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