A discriminação contra negros que ainda é um assunto “Tendão de Aquiles” para os brasileiros, avançou, pelo menos no que diz respeito a reconhecer que temos um problema. É o que afirma a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, em entrevista ontem (9), no programa Bom Dia Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência, a ministra diz que o país avançou no combate à discriminação racial.
“O Brasil reconhece o preconceito como uma questão que tem que ser abordada de várias formas e a partir de várias dimensões, mas o que temos a fazer é praticamente tudo”, ressaltou, ao participar do programa”, disse a ministra na entrevista. Luiza lembrou que o nível de exclusão da população negra no Brasil é profundo e esteve presente durante a maior parte da história do país. Ela cita como avanço o fato da ampliação da presença de pessoas negras nas escolas e universidades brasileiras, mas que o país ainda tem uma diferença de dois anos no nível de estudo entre negros e brancos.
A ministra ainda afirma: “Isso diz que a gente vai ter que forçar muito mais ainda do ponto de vista de ações que permitam não apenas o acesso, mas a permanência delas lá”, disse. “No que se refere ao trabalho, temos que fazer ainda muitas ações diferenciadas para que as pessoas negras possam participar do mercado de trabalho com mais vantagens”, completou. Luiza fala que o Estatuto da Igualdade Racial, criado em 2010, já toma dimensões bem significativas, com 25 planos programas que tratam especificamente da questão racial. Um sinal de que assunto foi ampliado no Brasil.
“Não tenho dúvida de que o país tem se modificado ao longo do tempo em relação à questão racial. O Censo 2010, pela primeira vez, registrou uma população negra com mais de 50%. As pessoas negras perderam a vergonha ou o receio, um indicador muito forte da mudança social que temos experimentado”, ressaltou. Os dados do censo, só revelam o preconceito velado que existe no Brasil. Fato que vai de embate a fala hegemônica de que o povo brasileiro é um povo sem preconceitos. Muitos avanços ainda precisão acontecer, mas como pontua a ministra, tantos projetos em andamento, vão aos poucos mudando uma história de décadas de segregação.
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