O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, renunciou hoje a sua função na entidade que controla o futebol nacional e também ao Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL). ‘Hoje, deixo definitivamente a presidência’, diz um trecho da carta de renúncia de Teixeira. Ela foi lida em uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (12), na sede da entidade no Rio de Janeiro, por José Maria Marin, um dos cinco vices de Teixeira e que estava como presidente em exercício após a licença médica dele na última semana.
Na carta, o ex-presidente anuncia Marin como seu substituto na confederação e no COL, até 2015, quando acontecerão novas eleições para a presidência da entidade. Marin é o vice-presidente mais velho da CBF, já foi jogador de futebol do São Paulo e até Governador do estado de São Paulo, substituindo Paulo Maluf por alguns meses no início dos anos 80. Marin disse que não haverão mudanças na CBF e sim uma continuidade de uma gestão respeitada em todo o mundo.
Entre glórias e derrotas
Ricardo Teixeira deixa a função em meio a um descontentamento da maioria dos torcedores e até de quem não entende muito de futebol, que não é de agora. O ex-genro de João Havelange, assumiu a CBF em 16 de janeiro de 1989. Por sua gestão passaram 13 técnicos na seleção brasileira. Nesse período o Brasil conquistou:
- Duas Copas do Mundo (1994 e 2002);
- Três Copas das Confederações (1997, 2005 e 2009);
- Cinco Copas Américas (1989, 1997, 1999, 2004 e 2007).
Em 2007, Teixeira liderou a candidatura do Brasil para ser sede da Copa do Mundo de 2014. “Presidir paixões não é uma tarefa fácil. Futebol em nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhava, era graças ao talento, quando perdia, imperava a desorganização”, afirmava a carta. Ele ainda completa em sua carta de renúncia: “Fiz o que estava a meu alcance, sacrificando a saúde e renunciando ao insubstituível convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias”, diz.
Várias notícias sobre a saída de Teixeira já vinham sendo divulgadas e já havia uma pressão muito grande por parte de torcedores em redes sociais como Facebook e Twitter para que ele deixasse a CBF. As notícias de sua saída aumentaram depois que a imprensa internacional divulgou denúncias do seu envolvimento em escândalos de corrupção na FIFA, entidade em que ele é membro do Comitê Executivo.
Já no Brasil, o dirigente virou alvo de acusações por conta de possível envolvimento em desvio de dinheiro num amistoso em 2008 entre Brasil e Portugal em 2008. Mesmo Marin afirmando que não haverão mudanças, cresce a expectativa de quais rumos a CBF irá tomar. O assunto da renúncia de Teixeira já é um dos mais comentados em todo mundo no Twitter.
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