Não comer em restaurantes e lanchonetes, passar horas a fio analisando a embalagem dos alimentos nos supermercados, só ingerir produtos saudáveis como frutas e cereais e não consumir nada que seja preparado por outra pessoa. Considerada a chave para viver mais e com boa saúde, a alimentação saudável, através de dietas ricas em vegetais e com baixo teor de gordura e açúcares, é cada vez mais recomendada por nutricionistas. Entretanto, como tudo na vida, é preciso não haver o equilíbrio.
A ortorexia é um transtorno alimentar que foi diagnosticado recentemente e é pouco conhecido, mas que vem atingindo cada vez mais indivíduos. Para conseguir manter uma dieta saudável, algumas pessoas iniciam uma busca obsessiva por regras alimentares e acabam desenvolvendo esse distúrbio.
O termo, que deriva de duas palavras gregas (ortho: correto; e orexis: apetite), foi usado pela primeira vez pelo médico britânico Steve Bratman, em 1998, para definir um grupo de pessoas que tinham obsessão por alimentação saudável, ou seja, sem consumir gorduras trans, conservantes e outros aditivos químicos.
Para os ortoréxicos, qualquer item considerado “impuro” é excluído da alimentação. Em alguns casos as regras valem inclusive para os utensílios utilizados no preparo da refeição.
Onde mora o perigo da obsessão por alimentação saudável
O portador de ortorexia corre risco de apresentar deficiência de nutrientes importantes para o corpo como anemia, carência de vitaminas e osteoporose, que serão percebidos em longo prazo. Se não for tratada, a doença pode levar a outros transtornos, como anorexia e bulimia.
No Brasil ainda não há uma estimativa do número de pessoas que sofrem da doença, mas é importante ficar alerta. Apesar de ser um transtorno recente, o tratamento deve ser realizado por um profissional psicólogo ou psiquiatra, já que a pessoa necessita de intervenção e quanto mais cedo ela procurar ajuda, melhor será.
Fotos: Reprodução.