A Mata Atlântica é um dos tipos de floresta mais ricos do mundo em biodiversidade mas, infelizmente, hoje é considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta. A sua importância vai desde o equilíbrio climático e fertilidade do solo à proteção de escarpas e encostas de serras. Mas nada disso precisa ser lembrado aos habitantes do município de Pacatuba, que sabem bem valorizar a importância dessa riqueza.
Alcançando a 10º posição no ranking nacional de preservação da Mata Atlântica entre 2000 e 2014, segundo uma pesquisa divulgada ontem (quarta-feira, 11), pela Fundação SOS Mata Atlântica, Pacatuba é o município cearense que mais conserva o bioma no estado, com 85,7% de vegetação natural em relação à área original.
Já Fortaleza mantém a menor área de Mata Atlântica, com apenas 12% de vegetação nativa. “A expansão da metrópole e o desenvolvimento agropecuário fez com que a Mata Atlântica fosse destruída gradativamente. É um dos biomas mais ricos em biodiversidade e um dos mais ameaçados de devastação do planeta. No Brasil, temos apenas 12,5% da área original preservada”, alerta Márcia Hirota, Diretora Executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.
No período em que a pesquisa foi realizada, a única cidade no estado com desmatamento expressivo foi Viçosa do Ceará, em que quatro hectares de vegetação nativa foram destruídos.
Com supressão vegetal de 4.287 hectares no período entre 2013 e 2014, a cidade piauiense de Eliseu Martins lidera o ranking de desmatamento no Brasil. Tamboril do Piauí e Guaribas lideram a lista das cidades que mais a conservaram, com 96% da vegetação natural. No recorte do período 2000-2014, a cidade campeã de desmatamento no Brasil é Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais, com 8.708 hectares desmatados.
A fundação só considerou áreas desmatadas acima de três hectares. Não houve desmatamento no Ceará entre 2013 e 2014, por isso, os municípios cearenses não entraram no ranking de desmatamento do Brasil.
A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG criada em 1986, cuja missão é defender a Mata Atlântica, conservando este patrimônio natural e buscando um desenvolvimento sustentável que possa preservar sua fauna e flora. Trata-se de uma fundação privada, sem vínculos partidários ou religiosos e sem fins lucrativos.
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