Sem carro de luxo, sem beijos no Anel do Pescador (gesto de demonstração de respeito ao papa) o papa Francisco chega ao Brasil e, como era de se esperar, surpreende logo nas suas primeiras horas no Rio de Janeiro fazendo todo o percurso do aeroporto até a sede do governo do estado com o vidro do carro aberto e dando muito trabalho para a segurança.
Em seu primeiro discurso ontem (22), Francisco diz ter aprendido que para chegar aos brasileiros é preciso entrar pelo portal do seu “imenso coração”, e pediu para “bater delicadamente a esta porta”.
“Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo”, disse o pontífice, que discursou em português em cerimônia no Palácio Guanabara, com a presença da presidente Dilma Rousseff, horas depois de desembarcar no Rio de Janeiro.
O papa, que viajou ao Brasil para presidir as celebrações da Jornada Mundial da Juventude esta semana, chega a um país menos católico e marcado por manifestações populares que reivindicam melhor qualidade nos serviços públicos e o fim da corrupção.
Uma dessas manifestações acabou em conflito entre policiais e manifestantes logo depois da cerimônia no Palácio Guanabara. Seis manifestantes foram detidos e um policial sofreu queimaduras ao ser atingido por um coquetel molotov.
O pontífice pediu, em seu discurso, se possível, a necessária empatia para estabelecer “um diálogo de amigos”, disse. “Nesta hora, os braços do papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa”, disse.
Ao menos 1 milhão de visitantes são esperados no Rio para a Jornada Mundial da Juventude, evento que acontece a cada dois anos e reúne jovens católicos do mundo inteiro, com a presença do papa. No Rio JMJ vai até o até o próximo domingo (28).
Com informações da Agência Reuters
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