O tabagismo é a maior causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que somente no Brasil, o cigarro e outros derivados do tabaco sejam responsáveis por mais de 100 mil óbitos por ano. Quem fuma sabe o quanto é difícil largar o vício. Apenas um a cada quatro fumantes consegue abandonar o cigarro por pelo menos seis meses. Todos os outros, mesmo se contarem com a ajuda de remédios, se rendem à nicotina e retornam ao velho vício.
No entanto, um novo estudo promete dar uma força para quem tem o desejo de superar essa dependência. Pesquisadores americanos desenvolveram uma vacina para eliminar o efeito da nicotina no corpo, principal responsável pelo vício. O remédio treina o organismo a atacar as moléculas dessa substância antes que ela chegue ao cérebro. Sem o efeito prazeroso do cigarro, o fumante consegue largar o vício mais rapidamente.
A equipe de pesquisadores, liderada pelo químico Nicholas Jacob, testou em ratos um mecanismo diferente, treinando o sistema imunológico dos bichinhos para atacar a nicotina. Logo eles perceberam que com os níveis corretos de proteínas transportadoras e moléculas de nicotina, os animais desenvolvem uma resposta imunológica eficiente. Jacob e seus colegas também perceberam que o mecanismo deixa os ratos um pouco nauseados ao receber uma dose extra de da substância.
Essa não é a primeira vez que cientistas tentam desenvolver uma vacina como essa. Em anos anteriores duas delas foram testadas, mas só funcionaram em 30% dos pacientes. Depois surgiu ainda uma nova versão, bem mais eficiente, cerca de 60% melhor do que a anterior. Mas os pesquisadores desejam alcançar resultados ainda melhores.
Lembrando que o tabagismo é considerado uma doença, e como toda enfermidade precisa ser tratada. Agora é cruzar os dedos e torcer para que a vacina faça o mesmo efeito em seres humanos.
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