Pesquisa da UFC em tratamento de queimaduras ajuda animais nos EUA

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A Universidade Federal do Ceará (UFC) está desenvolvendo uma pesquisa pioneira para ajudar no tratamento de queimaduras severas em humanos. Para isso, ela utiliza a pele de tilápias – peixe abundante em águas brasileiras – como bandagens para recobrir os ferimentos e acelerar a cicatrização.

Por ser um peixe criado em água doce, de rápida reprodução e por disseminar menos doenças, a tilápia foi escolhida para ser estudada como alternativa no tratamento de queimaduras. Sua pele pretende ser uma alternativa ao uso comum da pomada de sulfadizina de prata. Este medicamento, hoje, é utilizada no tratamento convencional de queimados.

Com o avanço da pesquisa, o Ceará é, hoje, o primeira estado brasileiro a ter um banco de pele animal. E é exatamente essa pele que está sendo utilizada nos Estados Unidos para tratar queimaduras em animais. Em dezembro, ocorreu um grande incêndio na Califórnia. Duas ursas e um puma foram resgatados com queimaduras severas nas patas.

Os veterinários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia então souberam da pesquisam e resolveram aplicar o método para acelerar na recuperação dos animais. Segundo a agência Reuters, a pele da tilápia foi cortada no tamanho das patas do bichinhos. Em seguida, suturadas enquanto eles estavam anestesiados. Pomadas e curativos de papel de arroz também foram utilizados para manter as bandagens de pele no lugar.

“Este tratamento tem potencial para ser usado em todos os tipos de pacientes com queimaduras, tanto domésticos como selvagens”, declarou Deana Clifford à Reuters. Ela é veterinária do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia.

Após a cicatrização, os animais foram liberados em áreas seguras próximas ao habitat natural deles. Vale lembrar que ainda não há a aprovação do FDA (Foods and Drugs Administration, órgão similar à ANVISA nos EUA) para o uso da pele de tilápia para tratamento de queimaduras em seres humanos. Entretanto, o sucesso no uso em animais pode ser um grande passo para que o estudo seja aplicado em pessoas.

Fotos: Reprodução/Reuters

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