Um estudo realizado por pesquisadores das universidades de Stanford e Harvard, nos Estados Unidos, e de Munich, na Alemanha apontou a educação brasileira como a terceira que mais melhorou no mundo nos últimos 15 anos. O Brasil só fica atrás do Chile e Letônia. A pesquisa realizada em 49 países teve como base avaliativa para o desempenho da educação nas nações pesquisadas, testes internacionais, como o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
Para os pesquisadores a formula usada nos países que antes apresentavam índices insatisfatórios de educação e conseguiram melhorar a qualidade do ensino, foi a mesma já usada por países desenvolvidos: estratégias de baixo custo. Outro fator que ajudou a melhorar o desempenho dos países foi a redução da pobreza e o aumento da escolaridade, metas traçadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) com os oito Objetivos do Milênio.
No entanto, ao mesmo tempo em que a pesquisa anima, outros dados merecem a atenção do Brasil e ações mais concretas para reverter o quadro. No último Pisa, realizado em 2010, em um ranking de 65 países, o País ocupou a 53º posição em Leitura e Ciências e foi 57º em Matemática.
A média brasileira, se comparada a outros países chega a ser de 95 pontos a menos. Enquanto o Brasil obteve 401 pontos, nessas áreas, países com um maior nível de desenvolvimento obtiveram, em média, 496 pontos. Resultado que deixou o Brasil atrás de México, Uruguai, Jordânia, Tailândia e Trinidad e Tobago.
O resultado da pesquisa é anunciado em meio a realidades díspares na educação brasileira:
– Até bem pouco tempo, os professores reivindicavam seu piso nacional, que acabou sendo concedido pelo governo, mas emperra nos governos dos estados que alegam não ter condições de pagar o piso;
– Há mais de dois meses os professores federais também buscam melhorias salariais e na carreira, as negociações ainda estão se desenrolando;
– Por último, a pressão da sociedade civil organizada contribuiu para a Câmara aprovar o Plano Nacional de Educação (PNE), que entre outras coisas, inclui uma meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Proposta também não muito aceita pelo governo, alegando que o aumento do investimento será uma “tarefa política difícil de ser executada”, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
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