Apesar do nome inspirador e singelo, a vida no bairro Bom Jardim ainda é dura e cheia de dificuldades. A região, que envolve os bairros Siqueira, Canindezinho, Granja Lisboa, Granja Portugal e Bom Jardim, é considerada a mais carente de Fortaleza e também está entre as que contêm os maiores índices de violência entre jovens na Capital.
Empenhados em reverter as afirmações de “dentro”, ou os olhares “estigmatizadores de fora”, os moradores do Grande Bom Jardim apontaram durante audiência pública com o Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência possíveis medidas de combate às mortes entre jovens. O debate ocorreu na terça-feira (29), na Escola Estadual de Educação Profissional (EEPP) Ícaro de Souza Moreira, e reuniu dezenas de jovens da comunidade, além de representantes da sociedade civil.
O relator do Comitê, deputado Renato Roseno (Psol), abriu o encontro lembrando que Fortaleza é a capital com a mais alta taxa de homicídios na adolescência no País. “Sabemos que tem alguma coisa errada numa sociedade que enterra os mais jovens”, alertou o parlamentar.
Já a presidente da Comissão de Juventude da Assembleia Legislativa, deputada Augusta Brito (PCdoB), avaliou como importante a aproximação do Comitê com as comunidades. “É importante ouvir o máximo de pessoas que a gente puder. Vejo de maneira positiva essa ida à periferia e ao Interior”, disse a deputada.
Além de criticar a imagem da periferia retratada por programas policiais e cobrar o resultado das investigações da chacina ocorrida no bairro Curió, em Fortaleza, na qual adolescentes também foram vítimas de homicídio, a comunidade do Bom Jardim também ressaltou a importância dos investimentos em educação.
Durante a audiência pública foi cobrada a retomada e o fortalecimento dos programas Escola Aberta e Mais Educação, assim como ações que estimulem os projetos sociais do bairro e incentive à prática de esporte e lazer.
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