Há uma canção do Milton Nascimento que diz assim: “amigo é coisa para se guardar, no lado esquerdo do peito”… Verdade! Já que são eles que nos dão colo, jogam na nossa cara o que temos dificuldade de contar para nós mesmas, fazem parte da nossa história, enfim, estão sempre ao nosso lado.
Amigos são realmente importantes, mas cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram que esse valor vai além do fato de podermos desabafar, conversar e ter confiança para contar o que sentimos. Segundo os pesquisadores, ter amigos faz bem para a saúde especialmente na adolescência e velhice.
Na adolescência, o isolamento social aumenta o risco de inflamação da mesma maneira que a falta de atividade física. Ter amigos também protege os jovens contra a obesidade. Já para os mais velhos, a falta de um círculo social é mais prejudicial que diabetes em desenvolvimento e hipertensão.
Para chegar a essa conclusão foram analisados dados de quatro pesquisas realizadas com pessoas dos Estados Unidos. Os cientistas avaliaram três esferas das relações sociais: integração, apoio e pressão. Em seguida, estudaram como as amizades de cada indivíduo se associavam aos quatro marcadores ligados ao risco de mortalidade: pressão sanguínea, circunferência da cintura, índice de massa corporal e circulação da Proteína-C Reativa, que mede a inflamação.
Já no meio da idade adulta o número de amigos não importa tanto. Nessa fase, de acordo com a pesquisa, o que conta mesmo é se as amizades conseguem dar apoio nos momentos de necessidade. “A relação entre saúde e o nível no qual as pessoas estão integradas em círculos sociais é mais forte no começo e no fim da vida. Não é tão importante no meio, quando a qualidade, e não quantidade, é o que importa”, explica Kathleen Harris, uma das pesquisadoras.
Harris diz que baseando-se nesse estudo, encorajar adolescentes e jovens adultos a ter amigos e habilidades para interagir com outras pessoas deveria ser tão importante quanto comer de modo saudável e ser fisicamente ativo.
É, pelo visto ter amigos é mesmo um santo remédio. A ciência comprova, há quem duvide?
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