Até junho de 2019, a Prefeitura de Fortaleza deve transformar cinco terrenos que hoje são alvo de ocupações irregulares e especulação imobiliária em área de produção de agricultura urbana na capital cearense. O pré-projeto foi apresentado na tarde desta quarta-feira (06) ao prefeito Roberto Cláudio, no Paço Municipal, por gestores da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE). O intuito é tornar essas áreas solos produtivos, de modo a fomentar a economia local dentro das comunidades ao mesmo tempo em que protege esses espaços de possíveis invasões.
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Começando como um projeto piloto, os cinco terrenos terão à frente uma equipe técnica e gestora que conta com profissionais do ramo da agronomia e economia. Eles deverão, dentre outros critérios, avaliar o potencial dos terrenos para a cultura de hortaliças diversificadas, bem como a adequação do solo para cultivo e a qualidade da água.
Os custos do projeto também prevêem itens como o cercamento, a preparação do solo, a instalação de equipamentos elétricos e hidráulicos, bem como o licenciamento ambiental e a possibilidade de reutilização do espaço pelo Município. A simulação do investimento é de cerca de R$ 165 mil para cada terreno.
Outra questão debatida foi a seleção e as condições para o pessoal envolvido diretamente no desenvolvimento da agricultura. As áreas devem ser de baixo risco, estar desocupadas e ser localizadas próximo a comunidades onde existam associações de moradores organizadas, bem como, preferencialmente, de Escolas de Tempo Integral (ETIs). A expectativa é que, em cada terreno, cerca de 30 famílias sejam beneficiadas pela prática da agricultura urbana, contribuindo para a segurança alimentar e pela geração de renda.
Além da seleção, os envolvidos no plantio deverão passar por capacitação e serão acompanhados pela Prefeitura. O projeto também inclui o envolvimento de universidades e entidades do ramo de agroecologia.
Para o prefeito Roberto Cláudio, além do quesito econômico, está o aspecto social. A agricultura tem o poder de transformar a vida das pessoas, e a expectativa é que os cidadãos envolvidos estejam realmente engajados no projeto. “Precisamos de alguém que queira e precise estar ali, ame e proteja”, ressaltou.
Prazos
Durante a reunião, ficou estabelecida a liderança da gestão e os prazos para as primeiras etapas. Até o fim do mês de fevereiro, os responsáveis deverão apresentar os resultados das análises de água e solo dos terrenos escolhidos previamente. Também deverá ser realizada a contratação dos profissionais encarregados dos detalhes técnicos. Para março, a definição de orçamentos, dos métodos de seleção e licitação e dos pormenores jurídicos. Finalmente, o projeto tem previsão para ser implantado em junho deste ano.
Fotos: Reprodução