Em casa, na padaria, no trabalho ou na cafeteria, a pausa para um tomar um cafezinho já faz parte da herança social dos brasileiros. De acordo com pesquisas do IBGE, o café é a bebida favorita de dez entre dez brasileiros.
Para os especialistas e apreciadores da bebida, a busca por cafés de diferentes origens e regiões é uma constante. Mas graças a casos como o de uma região serrana no estado do Ceará, ainda é possível ser surpreendido. E é no Maciço do Baturité, a cerca de 100 km da capital Fortaleza, que o café volta a ter destaque enquanto cultura rentável através da produção do café sombreado.
Há algum tempo essa possibilidade era distante e só quem tinha acesso eram os próprios pequenos agricultores, que produziam apenas para consumo próprio. Com características próprias da região, a produção, agora, ganha novo fôlego. Há cerca de dois anos o Sebrae começou a trabalhar na revitalização da cultura na área do Maciço do Baturité. “O nosso objetivo é trabalhar para que estes produtores possam ter seus cafés reconhecidos como especiais”, afirma o consultor e gestor do projeto do Agronegócio do Sebrae no Ceará, Alfredo Alves.
A produção, que divide espaço com uma área de Mata Atlântica, consiste em cultivo de café sombreado em sistema agroecológico. Por ser plantado consorciado com outras espécies, o café sombreado possui fertilização do solo através das folhas caídas das árvores que fabricam os húmus, fertilizando o solo de nitrogênio. A maioria das produções possui características que podem levar ao reconhecimento como café orgânico.
O objetivo do Sebrae é buscar certificar o café da região como orgânico no menor prazo possível. Dessa forma, o Ceará teve espaço próprio no estande do Sebrae na Semana Internacional do Café 2015, realizada em Belo Horizonte, entre os dias 24 e 26 de setembro, que destacou diversas regiões produtoras.
“Nós trouxemos cafés de diferentes produtores para dar visibilidade a eles e, também, uma amostra específica que queremos levar a um provador que possa nos dar um retorno quanto a pontuação dele”. Hoje, cerca de 60 produtores participam do projeto de retomada da cultura e, segundo Alfredo, a meta é atender 75 cafeicultores até o fim deste ano.
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