A noção tradicional da prostituição define essa atividade como a cobrança de dinheiro em troca de serviços com finalidade sexual. Na maioria dos países, como o Brasil, muita gente encara a prostituição como um problema moral. Já para muitos outros, ela é apenas mais uma profissão. Nessa lógica, as prostitutas são trabalhadoras como qualquer pessoa. O problema é que na grande parte das vezes elas não contam com uma base educacional ou com direitos trabalhistas.
Foi para enfrentar essas questões que a tailandesa Chantawipa Apisuk fundou, em 1985, a Empower, uma fundação que tem como objetivo dar suporte às mulheres que trabalham na indústria do sexo. Hoje com 68 anos de idade, Apisuk já viu sua ONG ajudar mais de 30 mil profissionais do sexo.
Chantawipa Apisuk conta que a educação tailandesa passou muito tempo tendo cursos que duravam apenas seis anos, e muitas vezes restritos apenas aos garotos. Isso fazia com que as meninas deixassem os estudos por volta dos dez anos, por isso a lacuna educacional entre as mulheres.
Após passar dez anos como estudante nos Estados Unidos, a tailandesa percebeu que o estereótipo internacional de mulheres do seu país era o de traficantes de drogas ou prostitutas. De volta à Tailândia ela decidiu criar o Empower com o grande desejo de que as profissionais do sexo tenham acesso a direitos trabalhistas, algo restrito a cerca de 10% da população local, e que sua profissão deixe de ser estigmatizada.
Desde 2005 a Empower gere universidades, com nove campus espalhados por quatro províncias tailandesas. Cada um deles foca em uma especialidade, entre Estratégia Política, Direitos Trabalhistas, Saúde e Turismo, além de outros. A estratégia é ajudar as profissionais do sexo a se organizarem para ajudar a si mesmas.
Para Chantawipa Apisuk, passou da hora de abandonar a ideia que todas as prostitutas são vítimas de circunstâncias, sendo preciso encarar o fato de que muitas escolhem a profissão e merecem boas condições de trabalho.
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