O advento do Modernismo no Brasil e sua implantação foram responsáveis pela depreciação dos artistas formados em bases acadêmicas. Nessa zona de esquecimento permaneceram, por décadas, excelentes pintores. Mas passada essa fase, finalmente, abriu-se espaço para a descoberta de grandes talentos esquecidos, como o pintor Raimundo Cela. E para quem deseja conhecer essa trajetória, vale visitar a itinerância Raimundo Cela – Um mestre brasileiro. Depois de passar pelo Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado e pelo Museu Nacional de Belas Artes, a mostra segue em cartaz até 26 de março, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Sucesso de público nas duas capitais, a retrospectiva traz a obra do artista, exibindo sua história a partir de momentos-chave: o prêmio da Escola Nacional de Belas Artes, a viagem à Europa, o retorno a Camocim, a mudança para Fortaleza e a volta ao Rio de Janeiro. Desenhos, gravuras, aquarelas e pinturas, de todas essas fases, permitem compreender o seu processo criativo. “Cela descartou a representação do nordestino como o sertanejo miserável e faminto, para mostrar o trabalhador forte e decidido do litoral. Suas composições, minuciosamente construídas, são plenas de ritmo e emoção. Elas reúnem a precisão do engenheiro à sensibilidade do artista, o épico ao cotidiano, a precisão do desenho à energia da cor”, afirma Denise Mattar, curadora da mostra.
Raimundo Cela é um dos principais criadores da visualidade cearense, ao destacar em sua obra pescadores e jangadeiros e a intensa luz das praias cearenses e as nuvens rosadas do céu equatorial. Vale a pena conferir!
“Raimundo Cela – Um mestre brasileiro”
Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) (Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
Em cartaz até 26 de março, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará
Visitação de terça a sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (acesso até das 20h30). Acesso gratuito
Fotos: Reprodução