Que a edição deste ano do Big Brother Brasil está dando o que falar, isso todo mundo já sabe. Mas essa semana uma importante discussão foi levantada no programa. Isso porque Rodolffo, após receber a prova do monstro, comparou o a peruca de homem das cavernas que recebeu ao cabelo de João Luiz. O brother ficou profundamente magoado com o episódio de racismo que sofreu na casa enquanto Rodolffo insistia que não havia nada de mais em sua fala. O fato é que, no Brasil, o cabelo afro ainda é alvo de vários comentários de cunho racista. Então, para ajudar na sua desconstrução, trouxemos aqui algumas coisas que nunca devem ser ditas a pessoas com cabelo afro:
“Nossa, deve ser difícil a água entrar para lavar, não é mesmo?”
O que parece só uma pergunta boba, uma curiosidade, na verdade é a confirmação de um conceito racista de que cabelo afro é sujo. Na verdade, a única coisa que muda entre um cabelo liso e um crespo na hora de lavar é a textura, pronto. Não tem isso de “ruim de lavar”.
“Posso pegar nele?”
Isso quando perguntam, não é mesmo? Afinal, muita gente acha que um cabelo afro bem cuidado é para sair por aí pegando com a mão. E também remete a uma ideia de que você tem que pegar para ver se aquele cabelo crespo é “duro”. E isso de que cabelo crespo é duro é uma ideia totalmente preconceituosa.
“Só você para ficar linda com esse cabelo afro”
Aqui é o bom e velho preconceito disfarçado de elogio. Se você achou o cabelo afro é bonito, por que ele só ficaria bem naquela pessoa em específico? Ou seja: você não achou bonito nada e está tentando disfarçar o preconceito que talvez nem saiba que tem. Isso porque quando você diz algo assim, dá a entender que o cabelo é uma particularidade que é quase como um “defeito” de nascença. E que a pessoa se virou para “dar um jeito”.
“Seu cabelo é lindo, mas por quê você não alisa? Ia dar tão menos trabalho…”
Novamente o preconceito disfarçado – mas nem tanto – de elogio. Se o cabelo é lindo, por quê alisar? E tem mais: quem adota o cabelo afro sabe bem o que quer e o que gosta e não precisa que ninguém fique dizendo o que é melhor para ela. Já sobre dar menos trabalho, voltamos à mesma questão da primeira frase: será que a diferença é tão grande assim mesmo ou é o seu preconceito?
“Que cabelo exótico… Combina com você!”
Exótico por quê? Uma coisa exótica é uma coisa diferente, quase anormal. Então, cabelo crespo, afro ou cacheado seria um cabelo “anormal”? Claro que não! Aliás, estamos no Brasil, onde há uma população gigantesca de homens e mulheres de cabelos ondulados, cacheados, crespos, afros… Então se for pela maioria, o “normal” seria esse tipo de cabelo. Já o liso…
“Meu cabelo é ruim que nem o seu, mas eu aliso porque não consigo usar assim”
Gente, de novo, cabelo afro não é cabelo ruim! Só não é liso, mas é cabelo como qualquer outro! Não tem essa de chamar de cabelo ruim, cabelo duro, pixaim ou qualquer coisa do tipo, ok?
“Deixa eu esconder uma coisa no seu cabelo?”
Mas não falem isso nem de brincadeira, certo? Afinal, cabelo é cabelo, não guarda-volumes…
“Que cabelo lindo! É peruca?”
Esse é outro preconceito disfarçado de elogio. Isso porque muita gente acredita que um cabelo afro só é bonito se for peruca. E a gente já sabe que isso não é verdade. E tem mais: se for peruca, qual o problema?
“Está na moda assumir os cachos, né?”
Estamos em um período em que muitas meninas – e meninos também! – estão se sentindo mais seguros e confiantes para serem quem são. Isso porque foram anos na busca por se encaixar em um padrão imposto pelos outros. Então, não diga que uma pessoa assumiu o cabelo afro simplesmente porque está “na moda”. Ela fez isso porque se sente mais feliz assim!
E se alguém de cabelo cacheado se sente mais feliz com ele liso, também não tem nenhum problema! Afinal, qual mulher de cabelo liso nunca fez um babyliss ou colocou uns bobs no cabelo para também ganhar cachos? O negócio é se sentir bem consigo mesmo e para de julgar a vida do outro! Força, João Luiz! E aos demais, #RespeitaMeuCabelo!
Fotos: Reprodução