Como já falamos, quando chega dezembro é o tempo das “listas de fim de ano”. Aquelas listas com os maiores, os melhores, em resumo, os mais-mais de 2017. A temporada está oficialmente aberta e a revista Time já lançou seu especial com as pessoas mais importantes deste ano.
Porém um dos postos que mais gerava dúvidas e questionamentos, este ano, foi uma grata surpresa. Estamos falando do posto de “Pessoa do Ano”. Havia quem apostasse que o título iria para nomes polêmicos como Donald Trump ou mesmo o norte-coreano Kim Jong-un. Mas acabou que quem levou o título não foi apenas uma pessoa, mas sim um grupo de mulheres que levantou a voz contra um problema bem sério: o assédio sexual.
Segundo a Time, o título de Pessoa do Ano foi dedicado às mulheres que ousaram em levantar a voz contra o assédio sexual. A revista a denominou como silence breakers, ou “quebradoras de silêncio”, em português. Na capa da publicação, uma foto que reunia Ashley Judd (atriz), Isabel Pascual (lavradora), Adama Iwu (lobista), Susan Fowler (ex-engenheira do Uber) e Taylor Swift (cantora). No miolo, entrevistas com elas e outras mulheres que denunciaram casos de assédio em diferentes meios ou militaram contra.
Vale relembrar que 2017 foi marcado pelo escândalo de assédio sexual envolvendo o produtor e empresário Harvey Weistein. Seguido disso, veio o movimento #MeToo (que no Brasil foi traduzido para #EuTambém), no qual várias outras mulheres denunciaram casos de assédio sexual sofridos. Várias foram as atrizes e profissionais de Hollywood que contaram suas histórias de abusos sofridos.
Mesmo atores encontraram espaço em meio á campanha para denunciar assédios. O caso de maior repercussão foi o do ator Kevin Spacey, acusado de assediar o também ator Anthony Rapp. Em seguida, membros da própria equipe de produção de House of Cards – série protagonizada por Spacey – também levou a público casos de assédio por parte do ator.
Nem precisa dizer que, na internet, a reação foi a melhor possível, certo?
#MeToo é a Pessoa do Ano 2017 da revista Time. O movimento que desvendou centenas de casos de assédio sexual e violação pelo mundo ficou em segundo lugar na votação popular, mas conquistou o júri. https://t.co/zVY0t22mqT
— julio cesar (@jpcvhl) 6 de dezembro de 2017
Algumas pessoas apenas questionaram a presença de Taylor Swift na capa. A cantora participou da edição por ter processado um DJ que apertou seu bumbum por baixo da saia enquanto eles posavam para uma foto. A cantora ganhou o processo. A crítica em relação à presença da cantora é porque Taylor, em momento algum, se pronunciou sobre o caso, apenas depois de ganho o processo. Como ela não fez nenhuma “militância” contra os casos de assédio sexual e afins, houve quem achasse que ela não deveria estar na capa.
A revista Time é uma das mais importantes publicações dos Estados Unidos. Ano passado, ela elegeu Trump como Pessoa do Ano. Em 2017, o político ficou com o segundo lugar. Até que um ano fez uma grande diferença na mentalidade dos editores da publicação, não é mesmo?
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