No último dia (22) de negociações e reuniões, os discursos se intensificam durante as plenárias dos chefes de Estado na Rio +20 e dos participantes da Cúpula dos Povos. Foram duas semanas intensas de atividades e todos devem estar se perguntando: e agora? Que resultados tudo isso vai gerar na prática?
O texto final da conferência
Criticado, elogiado, não ambicioso, positivo. Muito se falou do documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. O Brasil diz que foi o que deu para fazer e isso já é muito positivo. A União Europeia criticou e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o coreano Ban Ki-moon, disse que o texto não era ambicioso, depois teve que se redimir por pressão da diplomacia brasileira, e elogiou a condução que o Brasil tem feito nas negociações da Rio +20.
“Não haverá anexos e o texto não será reaberto”, declarou o chefe de comunicação da Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Nikhil Chandavarkar. Dessa forma, segundo Chandavarkar, o texto aprovado pelas delegações da Rio+20 não deverá ser reaberto ou receber novas contribuições.
“O papel de forte liderança do Brasil resultou em um documento final em que a agenda de desenvolvimento sustentável pode solidamente construir uma visão e um legado positivo”, diz também o comunicado da ONU. “Agora é um momento para a ação”, acrescenta o texto.
Ação é o que todos querem, com a esperança de que a Rio +20 não fique mais uma vez, assim como sua antecessora a Eco 92, só no papel. Na fala da maioria dos chefes de Estado o que se ouvia quase como um consenso, principalmente entre os países da América Latina e outros países mais pobres de outros continentes, é que o mundo precisa de uma mudança radical nas formas de consumo e produção. Hoje nas últimas reuniões, o momento de assinar o documento final da conferência mostrará aqueles que estão dispostos a deixar um pouco de suas ambições de lado e colaborar com a construção coletiva que a Rio +20 propõe.
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