RPG de mesa: alguns fatos – Parte I

Cultura

Olá, voyeurs! Estamos de volta com mais novidades no portal No Pátio! Hoje, o assunto é o RPG de mesa: o que é, como se joga e alguns gêneros. Esperamos que vocês gostem!

Pode-se dizer que os Role Playing Games (RPG) surgiram no ano de 1974, com o lançamento de Dungeons and Dragons, pela editora TSR, nos EUA. Na época, era apenas um suplemento para miniaturas de um jogo de tabuleiro chamado “Chainmail” (Cota de Malha), mas sua proposta daria início a um sistema de jogo inovador. Fortemente baseado nas obras de J.R.R. Tolkien, o jogo consistia em reunir um grupo de aventureiros que deveriam realizar missões, derrotar monstros e conquistar tesouros.

A mecânica deste jogo era a seguinte: cada jogador encarnava um personagem, como nas brincadeiras de faz-de-conta (‘eu sou o policial’, ‘eu sou o bandido’, ‘eu sou o índio’, etc.), sendo que há um sistema de regras bem definidos. Para realizar alguma ação com sucesso, você joga um determinado dado (chamados de ‘d2, d4…’, dependendo do número de lados, podendo variar até 20).

Compara-se, então, o resultado do dado com um determinado atributo ou habilidade do seu personagem, que ficam anotados na sua ficha ou planilha de personagem e também são medidos em números; por exemplo: você precisa empurrar uma pedra; seu personagem tem força 14; você joga um ‘d20’ e tira um 10; como é um número menor que o número da sua força, você conseguiu empurrar a pedra). Parece complicado, mas não é. De fato, esse aspecto “matemático” é crucial para um bom andamento do jogo, pois, em tese, evita contradições.

Há também um jogador “diferenciado”, chamado de ‘mestre’: ele é quem encarna todo o ambiente da história: cenário, monstros, personagens coadjuvantes, além de ser, normalmente, o mais experiente e com um maior conhecimento das regras. Geralmente é o papel mais trabalhoso, porque ele deve atuar de modo que todos, inclusive ele, se divirtam, mas sem perder o “rumo” da história contada.

Com algumas alterações a cada edição (atualmente está na quarta) este sistema permanece até hoje, inclusive influenciando outros títulos, como será mostrado adiante. Fora desse ambiente “fantástico”, temos o gênero de terror. No Brasil, é liderado pelo RPG Vampiro: A Máscara, da editora White Wholf, dos EUA, que também publicou Lobisomem: O Apocalipse e Mago: A Ascensão, ambos possuindo edições brasileiras e tendo também como tema central o terror psicológico e sobrenatural.

Estes jogos, apesar de uma mecânica ainda mais simples (ainda que seja semelhante à proposta do Dungeons and Dragons), tratam de assuntos mais maduros, como violência, intrigas, jogos de poder e sensualidade; abordam também temas místicos e vários ‘tabus’. Neles, a interpretação e a narração são mais importantes que as regras.

São todos recomendados apenas para maiores de idade e são os mais afetados por estereótipos e preconceito. Falaremos mais deles, assim como sobre visões equivocadas do RPG e seus benefícios na segunda parte, próxima semana… até lá!

 

Texto: Geisa Gomes – equipe Voyeur Gráfico

Fotos: Reprodução

Inscreva-se na nossa newsletter