Tendo como slogan a frase “A vida é curta, tenha um caso”, o Ashley Madison é uma rede social de traição que é sucesso mundo afora. Para desfrutar de todos os seus recursos, é preciso fazer uma inscrição – que, obviamente, não é de graça – e, pagando uma taxa de 15 euros (cerca de 58 reais), o site garantia que todos os seus dados seriam apagados dos registros. No entanto, desde julho, um grupo hackers que se denomina Impact Team vem chantageando a Ashley Madison. Através de uma falha na segurança da página, eles conseguiram baixar dados sobre os 37 milhões de clientes do site de traição – com nomes, endereços e até mesmo números de cartões de crédito.
Há pouco mais de uma semana, os invasores cumpriram a ameaça de liberar tudo no Dadaviz, um site especializado em compilações de números e que vem sendo chamado de “YouTube da visualização de dados”. A surpresa revelada pelo vazamento dos dados é que São Paulo é a cidade com o maior número de contas no Ashley Madison. A capital paulista possui 374,5 mil usuários e está à frente de Nova York, nos Estados Unidos, (268 mil), Sydney, na Austrália, (251,8 mil), Toronto, no Canadá, (222,9 mil) e Santiago, no Chile, (218 mil). Segundo outro gráfico do Dadaviz, o Brasil é o segundo país com mais inscritos no site de traição, estando atrás apenas dos EUA. São 918 mil brasileiros ante 1,4 milhão de usuários norte-americanos.
A questão populacional também deve ser levada em consideração na compreensão desses dados. São Paulo tem uma população de 11 milhões de habitantes e Nova York de 8,4 milhões. Dessa forma, nada mais natural que cidades com elevado número de habitantes sejam também as que contam mais participantes em redes sociais – mesmo que seja uma de traição.
Em nota enviada à revista Wired, a Avid Life Media chamou o vazamento de um ato criminoso. “Esse evento não é um ato de hacktivismo (ativismo hacker), é um ato de criminalidade. É uma ação ilegal contra os membros individuais do AshleyMadison.com, além de qualquer pensador livre que decide se envolver com atividades online completamente lícitas. O criminoso ou criminosos envolvidos neste ato se nomearam juízes, jurados e executores da moral, achando adequado impor uma noção pessoal de virtude em toda a sociedade. Não vamos ficar sentados e permitir que esses ladrões forcem a ideologia pessoal deles em cidadãos do mundo todo”, declarou a companhia.
Outras cidades brasileiras também aparecem na lista, como o Rio de Janeiro, com 156,5 mil usuários, e Brasília, com 97 mil.
