Sem vontade de fazer sexo? Entenda as razões da falta de tesão

Comportamento|Saúde|Sexo

Quem nunca esteve naquele papo de amigas, ou até com as mulheres da família, e alguém comentou: “ando sem vontade de fazer sexo com o meu marido” ou “desde quando mudei o anticoncepcional sinto a falta de tesão, não sinto o menor interesse em transar”. Se você já escutou, deve ter ouvido inúmeras teorias para entender quais eram as causas.

E se não, saiba que essas frases são verdadeiras e todas tem um por que. Isso mesmo, eles podem ser psicológicos, sociais e biológicos, são vários os motivos. Por mais que as mulheres não mostrem que perderam o tesão ou broxaram, em alguns momentos isso pode acontecer.

Por esse motivo, o Pátio Hype compartilha com você, as causas desse comportamento feminino. Se você quer descobrir por que anda sem esse desejo, é só deslizar!

1.Pílula Anticoncepcional

Deisy Santana, paranaense, relata sobre o período em que sentiu a falta de libido, por causa da pílula. “Namorei por oito anos e nos víamos durante os fins de semana. Quando casei e perdemos aquela saudade de quem passou a semana inteira longe, comecei a notar minha falta de libido. Eu não entendia o motivo. Achava meu marido lindo, era gostoso transar com ele e mesmo assim eu não sentia a menor vontade. Estava a ponto de buscar terapia”.

Mas por quê alguns anticoncepcionais tem esses efeitos colaterais? Bom, o estrogênio é um hormônio que está presente na maioria das injeções, adesivos e anéis intravaginais. E é também o responsável pelo aumento da proteína SHBG (Globulina Ativadora de Hormônios Sexuais), que tem uma ligação com a testosterona, um dos grandes encarregadores pelo tesão feminino. O que a SHBG faz, é tirar a testosterona da corrente sanguínea da mulher, ou seja, fazendo com que a falta de testosterona deixe a mulher sem a menor vontade de fazer sexo.

De acordo com um estudo publicado no Journal of Sexual Medicine, em 2006, mulheres que aderem o anticoncepcional tendem a ter quatro vezes mais o SHBG, do que as que são adeptas de outros métodos. Além da pílula, muitas vezes, produzir efeitos colaterais como, dores de cabeça, retenção de líquidos, inchaço e alterações de humor. Por isso, mantenha-se atenta a esses sintomas e em qualquer dúvida, procure seu médico, Ok?

2.Depressão

Os sintomas da depressão são, tristeza, desânimo, fadiga, falta de motivação e perspectiva. São motivos suficientes para diminuir o tesão para ter relações sexuais, além desses, a depressão causa a diminuição de dopamina no cérebro, hormônio essencial para a libido.

O Projeto de Estudos em Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (ProSex), afirma que 40% das mulheres que relatam a falta de interesse no sexo, são diagnosticadas com essa doença. O tratamento acontece por meio de antidepressivos, que também traz a falta de apetite sexual como consequência.

Dessa forma, a solução recomendada é que você converse com um psiquiatra sobre o seu tratamento, para saber por quanto tempo será necessário tomar a medicação, assim você poderá ter um maior controle do momento.

3.Amamentação

A mamãe Fernanda Oliveira, gestora cultural, passou pela ausência de libido logo após o nascimento do seu bebê, no período que esta amamentando e descreve, “foram longos meses sem tesão algum. Toda energia ficou voltada para o bebê. Já tinha lido que isso podia acontecer, mas a vivência desse período me assustou. Cheguei a pensar que não havia retorno”.

Essa fase é chamada de puerpério, fase em que os órgãos genitais da mamãe está voltando para a sua condição normal e muitas mulheres passam pela baby blues, caracterizada pelo desânimo pós-parto. Essas estão dentre as razões da ausência da libido feminina nesse período e é possível se deparar com o prolactina, hormônio que reduz a quantidade dos hormônios sexuais e pode atingir o grupo masculino também.

A resposta de Fernanda para essa questão foi, “eu e meu parceiro estávamos voltados aos cuidados com o bebê. Encontramos prazer de outras formas, como na convivência, nas conversas, no carinho cotidiano. Foi importante entender que se tratava de algo passageiro e ter paciência. Quando a menstruação voltou, após 17 meses, é que a libido começou a dar sinal de vida”.

4.Dor ao Transar

A dor e a ardência durante o ato sexual tem nome e se chama dispareunia. Esses sintomas podem ser sentidos na vulva, no canal vaginal e até no útero. Os responsáveis por essa sensação podem ser a cistite e candidíase, ansiedade, endometriose ou até um tumor. Caso você sinta esses sintomas é necessário que você procure o seu ginecologista, pois além de causa a falta da libido, podem ser possíveis doenças.

Porém pode ser constatada o vaginismo também, contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico que impede o canal vaginal, ou seja, não possibilita a penetração. Como é o caso da tradutora, Marina Ribeiro, “Os ginecologistas não sabiam dizer o que eu tinha. Um deles chegou a dizer que meu problema era que eu ainda não havia encontrado o meu príncipe. Saí da consulta chorando. Eu não queria encontrar um príncipe, eu queria conseguir ser penetrada e sentir prazer, ainda que com um vibrador. Eu lia muito. Um dia descobri que meu problema tinha nome e que muitas mulheres sofriam disso. Minha psicanalista começou a ler artigos sobre vaginismo a fim de me ajudar e descobri que existe um profissional da saúde que cuida dessa condição: o fisioterapeuta urinoginecológico.”

Marina fala ainda que, o seu médico colocava um cotonete na sua vagina, para colher o muco cervical. E é possível encontrar casos que nem mesmo um absorvente interno, conseguem ser introduzidos.

5.A mulher na sociedade

Ao nascer sendo mulher na sociedade, você já nasce com padrões e comportamentos pré estabelecidos, além de seguir “regras” até mesmo no momento do sexo, não seria de se espantar que a mulher se sentisse reprimida quando se trata da libido na relação sexual.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Cresex (Centro de Referência e Especialização em Sexologia) do Hospital Pérola Byington, 48,5% das mulheres procuram por auxílio médico por causa da ausência de tesão ou redução, dores e dificuldades para chegar ao clímax. E complementa que só 13% dos casos vem do organismo.

Enquanto a A principal preocupação dos homens, durante o sexo, é atingir uma ereção satisfatória. Já, para as mulheres, o que causa ansiedade é a possibilidade de contrair DSTs, explica a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo.

O caso de Luisa Marques, 37 anos, diagnosticada com câncer de mama em 2015 é que a sua libido já era reduzida quando usava o DIU, mas não completamente. E quando começou a fazer o tratamento por quimioterapia e mastectomia, Luisa afirma que tudo no seu corpo diminuiu, pêlos, fome, força, desejo. Porém a sua frase é: “Entre desejo e satisfação sexual ou sobreviver, a segunda acaba ganhando disparado na balança. Só falta combinar direitinho com o resto do mundo…”.

É com a frase da guerreira Luisa que o Pátio termina esse texto, inspire-se em pessoas como a Luisa, não deixe-se abalar pelos padrões que a sociedade impõe sobre você mulher. A sua vida só pertence a você e a mais ninguém, viva ela da maneira que terá orgulho no final. Seja você e ame-se acima de tudo!

Fotos: Reprodução

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