No próximo dia 28, o mundo vai assistir a um fato histórico, a renúncia de um papa. Bento XVI deixará o posto mais poderoso da Igreja Católica abrindo espaço para a escolha do seu sucessor. Entre os papáveis, estão três latino-americanos, um é brasileiro, também dois africanos, dois italianos, dois norte-americanos, um canadense e um filipino.
O conclave, conselho que reúne os 117 cardeais aptos a votar para escolher o novo papa, vai se reunir em março. A data pode ser antecipada, mas inicialmente está prevista para o período de 15 a 20 de março. A votação segue um rito que inclui o isolamento dos eleitores e que estabelece que a definição só ocorra com o apoio de dois terços dos votos. Do contrário, busca-se o consenso.
Quem vai ser o novo papa, é algo que não se pode prever, mesmo com algumas preferências para o posto. Questionado se seria um dos possíveis nomes, o cardeal João Braz de Aviz, atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano, disse que “todos os cardeais o são”.
O padre jesuíta Luís Corrêa Lima, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), e o professor de direito canônico Paulo Bosco, da Universidade Católica de Brasília (UCB), ressaltaram à Agência Brasil que é impossível prever o resultado da eleição para a escolha do sucessor de Bento XVI.
Corrêa Lima disse, no entanto, que o crescimento da Igreja Católica Apostólica Romana fora da Europa permite que a escolha do sucessor do papa ocorra também em outros continentes, além do europeu. “Tudo é possível”, ressaltou. O sucessor de Bento XVI tem de ser uma figura de diálogo, de energia e com capacidade para agregar, ressaltam Corrêa Lima e Bosco.
A seguir, os nomes dos cardeais apontados como mais prováveis à sucessão do papa Bento XVI:
Angelo Scola, 71 anos (italiano) – Arcebispo de Milão, na Itália. É defensor do diálogo entre muçulmanos e católicos.
Arcebispo Timothy Dolan, 63 anos (norte-americano) – Cardeal-arcebispo de Nova York, nos Estados Unidos.
Charles Chaput, 68 anos (norte-americano) – Arcebispo da Filadélfia, nos Estados Unidos.
Cláudio Hummes, 78 anos (brasileiro) – Ex-arcebispo de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero.
Dario Castrillón Hoyos, 83 anos (colombiano) – Presidente emérito da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e prefeito da Congregação para o Clero.
Grianfanco Ravasi, 70 anos (italiano) – Presidente do Conselho da Pontifícia de Cultura.
Jorge Bergolio, 76 anos (argentino) – Arcebispo de Buenos Aires, capital da Argentina.
Laurent Monsengwo Pasinya, 74 anos (congolês) – Arcebispo de Kinshasa, no Congo.
Luis Antonio Tagle, 57 anos (filipino) – Arcebispo de Manila, nas Filipinas, e faz parte do Colégio de Cardeais.
Marc Ouellet, 67 anos (canadense) – Ex-arcebispo de Quebec, no Canadá, e prefeito da Congregação para os Bispos.
Óscar Rodrígues Maradiaga, 70 anos (hondurenho) – Arcebispo de Tegucigalpa, capital de Honduras, e presidente da Cáritas Internacional, que reúne organizações humanitárias ligadas à Igreja Católica Apostólica Romana.
Peter Turkson, 64 anos (ganense) – Chefe da Comissão de Justiça e Paz do Vaticano.
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