Embora a maioria das mulheres prefira o parto normal, muitas ainda são induzidas a se submeterem à cesárea. De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde, o limite deste procedimento cirúrgico em um país deve ser de até 15%, mas no Brasil a taxa chega a 52%.
Na rede privada, o número é ainda maior: 83%, chegando a 90% em algumas maternidades. Devido a estes números, que são bastante significativos, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em parceria com o Hospital Albert Einstein e o Institute for Health Improvement, com apoio do Ministério da Saúde, lançou, ainda como piloto, o Projeto Parto Adequado, que visa diminuir a realização de cesarianas quando não forem indicadas por recomendação médica.
Com apenas seis meses da criação do projeto, um levantamento parcial que divulgado na última terça-feira (27) mostrou que a iniciativa tem dado certo. O número de partos normais nos 42 hospitais participantes do Projeto Parto Adequado – sendo 38 particulares e quatro da rede pública – aumentou em 7,4%. Nestes hospitais são realizados em média 85 mil partos por ano, o que corresponde a 6% dos nascimentos em todo o País. A taxa de partos normais era 19,8% em 2014. Em setembro de 2015, já estava em 27,2%.
O Projeto Parto Adequado foi desenvolvido com o objetivo de melhorar a segurança dos pacientes e a experiência do cuidado com as mães em hospitais públicos e privados. Os 42 hospitais e maternidades que são acompanhados inscreveram-se voluntariamente para participar do projeto-piloto, previsto para ser concluído até o fim de 2016.
Entre os principais desafios do Projeto Parto Adequado, está a realização de partos naturais após o final da 38ª semana de gestação, exceto em casos de gravidez de risco. Gisele Costa, coordenadora de Enfermagem Gineco-Obstétrica da Casa de Saúde São José – um dos hospitais participantes no Rio de Janeiro, explica que a partir desse momento é mais garantido que os bebês tenham atingido a maturidade pulmonar.
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