
As teorias da conspiração existem desde muito antes da invenção da internet, mas com a popularização das redes sociais, por exemplo, cada dia surgem outras. E o que dizer de uma que fala justamente sobre os conteúdos que vemos na Internet? Você já ouviu falar na Teoria da Internet Morta?
Pois bem, a chamada teoria da Internet Morta (ou Dead Internet Theory) voltou ao centro das conversas online, especialmente depois que Sam Altman, CEO da OpenAI, admitiu que pode haver algo de verdade nessa ideia. Tudo começou como uma teoria conspiratória abstrata, mas agora ganha contornos mais palpáveis – e até preocupantes.
Mas o que é a Teoria da Internet Morta?

Essa teoria defende que, desde por volta de 2016 ou 2017, a maioria da atividade online não é humana. Segundo seus defensores, bots e Inteligência Artificial criaram a maior parte do conteúdo na internet desde então, enquanto interações online genuinamente humanas teriam ficado cada vez mais raras.
A ideia surgiu em fóruns obscuros da Deep Web, mas logo foi ganhando tração em plataformas como YouTube e Reddit. No entanto, ela ficou mais conhecida depois de um artigo no The Atlantic que sugeriu “a internet morreu há cinco anos”. Por outro lado, especialistas consideram a teoria exagerada, mas reconhecem que parte dela reflete um aumento real no tráfego automatizado.
Teoria volta ao debate após fala de homem que ajudou a criar o ChatGPT

A Teoria da Internet Morta voltou aos holofotes após uma fala de Sam Altman, SEO da OpenAI, empresa que criou o ChatGPT. O empresário, que normalmente é bem reservado, publicou no X (ex-Twitter):
“Nunca levei a teoria da internet morta tão a sério, mas parece que realmente existem muitas contas operadas por LLMs agora.”
Para quem não sabe, LLMs são modelos de linguagem como o ChatGPT que podem gerar textos e operar contas automaticamente. A frase de Altman levantou um debate: se o CEO de uma das maiores empresas de IA considera que isso é plausível, pode indicar que, de fato, estamos cercados por muita “internet sintética”.
A internet morreu mesmo?

Calma, calma: seu influenciador favorito provavelmente ainda deve ser de carne e osso. Mas, de fato, o conteúdo gerado por IA já ocupa um espaço gigantesco por aqui e no mundo. Afinal, em redes como o TikTok, a IA já cria roteiros, vídeos e até mesmo a narração. Além disso, há diversos perfis que curtem e comentam conteúdos que não passam de bots, mas que fica difícil descobrir quem é real e quem é IA.
Ou seja, com a popularização de modelos de linguagem e bots, a chamada “internet viva” – feita por pessoas e conversas reais – corre o risco de ficar encoberta por conteúdos automatizados. Vale destacar que Altman já havia se posicionado publicamente sobre preocupações com fraudes por meio de IA em autenticação por voz, sugerindo riscos reais para sistemas financeiros e sociais.
Será que a Teoria da Internet Morta pode ter algum fundo de verdade?
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