Segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE, os primeiros exames feitos com bebês, como os testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho ainda estão em patamares distantes do ideal no país.
A investigação constatou que o teste do pezinho, fundamental para o diagnóstico de enfermidades graves como fenilcetonúria e anemia falciforme, por exemplo, que prejudicam o desenvolvimento da criança, é realizado por 70% delas ainda na primeira semana de vida.
“Isso significa que 30% das crianças não fazem o teste na primeira semana de vida, o que atrasa em muito o diagnóstico de doenças que precisam ser tratadas o quanto antes”, explica Eduardo da Silva Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O percentual de crianças com menos de dois anos que tiveram sua primeira consulta médica até sete dias depois de terem tido alta da maternidade também é pequeno. No Brasil, apenas 28,7% das crianças fizeram exames na primeira semana fora do hospital.
De acordo com Vaz, os percentuais muito baixos de realização do teste nas regiões Norte (54,6%), Nordeste (53,87%) e Sudeste (84,7%) são surpreendentes. “Infelizmente ainda não conseguimos reduzir no país essa diferença entre as regiões. Os programas de transferência de renda do governo ajudam, mas não resolvem essa desigualdade, já que em locais de renda maior, é maior também o atendimento via rede privada. Estamos perdendo crianças diagnosticadas tardiamente com doenças graves”, afirma ele.
O mesmo ocorre com a audição. Se a criança for diagnosticada com problema de audição após os seis primeiros meses, dificilmente ela conseguirá (devido ao problema de auditivo) desenvolver a fala, por exemplo.
Já o chamado teste do olhinho – exame em que o médico lança um foco de luz vermelha no fundo do olho do bebê, para ver se não há problemas com a retina – é realizado por apenas 51,1% dos recém nascidos na primeira semana de vida.
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