Dizem por aí que “de perto, ninguém é normal!” Polêmicas à parte, em algum momento você já deve ter se perguntado: “será que todo mundo precisa de terapia?” Esta é uma questão que deixa muitas pessoas em dúvida, mas a resposta é sim ou não? De acordo com o psicólogo Rafael D’Ávila, a resposta é não, pela seguinte razão: fazer terapia pode sim beneficiar a todas as pessoas, mas é uma questão de escolha, e mesmo quando sugerida por recomendação médica, não se pode obrigar ninguém a fazê-la, pois requer disponibilidade e comprometimento.
No entanto, o psicólogo afirma que os ganhos podem ser enormes quando há o interesse em se submeter a uma terapia, ainda que não se esteja passando por sofrimento psicológico. Isto porque o processo psicoterapêutico ajuda a pessoa a adquirir uma maior consciência de si, passando a se perceber melhor, prestando mais atenção nas escolhas que faz. Dessa forma, passa a enxergar com mais clareza como estão suas relações, nos diferentes aspectos de sua vida e, a partir daí, pode tomar atitudes seguras e construtivas.
Em torno do assunto sobre as vantagens e benefícios que a terapia proporciona, uma das dúvidas mais frequentes diz respeito ao que pode ou não ser falado em consultório. “Não há nada que deva ser considerado besteira demais e que não mereça ser dito. Aquele que procura a terapia deve procurar dizer sempre aquilo que realmente está pensando ou sentindo, aquilo que o incomoda, aquilo que não disse lá fora do consultório, e o que pensou em dizer mas calou. Para se conhecer, ele deve permitir a si mesmo se mostrar naquilo que verdadeiramente é,” diz o psicólogo.
Os resultados da terapia podem ser sentidos a curto prazo, com a eliminação ou atenuação de sintomas desagradáveis, a depender do problema. Já a médio e longo prazos, o indivíduo se sentirá satisfeito em se perceber melhor, investindo no próprio desenvolvimento, para citar apenas alguns dos benefícios.
Muitas pessoas julgam que precisar de um psicólogo para resolver seus problemas mais íntimos é um sinal de fraqueza, mas é exatamente o contrário. Essa atitude demonstra coragem, pois é preciso ter humildade suficiente para procurar ajuda.
É importante ressaltar que o processo psicoterapêutico só será bem-sucedido com a participação espontânea e ativa do próprio paciente, pois, sem a cooperação do mesmo o terapeuta torna-se impotente.
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