O número de estudantes transexuais e travestis que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano quase triplicou em relação ao ano passado. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2015, foram 278 solicitações para o uso do nome social nos dias do exame. Em 2014, foram feitos 102 pedidos.
Nos dias do exame, os transexuais deverão ser tratados pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam.
O nome social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano passado, no entanto era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela Internet. A maioria que adota o nome social está matriculada em salas do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), indício de que o preconceito afasta esses alunos dos bancos escolares.
Segundo o Inep, o estado de São Paulo é o que lidera as solicitações, foram 89 pedidos de uso do nome social para realizar o Enem deste ano. Em seguida está o Rio de Janeiro, com 33, Minas Gerais, com 29, o Paraná, com 22, a Bahia, com 18, Pernambuco e o Rio Grande do Sul, ambos com 12. Os demais tiveram menos de dez solicitações. Roraima, Acre e Amapá não registraram pedidos.
As provas do Enem serão aplicadas nos dias 24 e 25 de outubro. Cerca de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição. A nota do exame é usada pelos estudantes para ingressar em instituições públicas e privadas de ensino superior por meio de programas como o Sistema de seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Fotos: Reprodução.