Para proporcionar a reflexão sobre o contexto desses indivíduos e democratizar o acesso à cultura, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), por meio do Cineteatro São Luiz, apresenta o monólogo “Senhora dos Restos”. A ação é realizada em parceria com o projeto “Residência na Rua: Arte, Cultura e Saúde”, que tem como objetivo desenvolver ações de promoção da saúde mental e cidadania para as pessoas em situação de rua, por meio das práxis artísticas enquanto estratégias de redução de danos sociais. O espetáculo acontece nesta quarta-feira(16), na Praça do Ferreira, às 19h30, com entrada franca.
Pela primeira vez encenado fora de um teatro, “Senhora dos Restos”, traz a atriz Isabel Santos retratando a história de uma idosa, moradora do Mercado Municipal de Aracaju. Com texto de Euler Lopes e sob direção de Iradilson Bispo, o espetáculo é repleto de palavras Bakhtinianas, carregadas de conteúdo social. Assim, não é por acaso que a contemporaneidade da narrativa remete a questões pujantes de uma sociedade como a brasileira. Temas como a fome, miséria, educação básica e de qualidade para todos, igualdade social, valorização da mulher, redução da mortalidade infantil, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, ecoam pelos brados da velha mulher.
O cenário é uma construção a partir de material reciclado e doado à Dicuri Produções. O figurino, uma revelação de inúmeros seres humanos andarilhos de uma desigualdade que portanto, ao mostrar para a sociedade os resultados da desigualdade social e os diversos problemas enfrentados pelos moradores de rua, as humilhações e submissões para se adquirir alimento e, principalmente, os casos de violência praticados pelos jovens e ricos seguidos da impunidade, comum em nosso país.
“Senhora dos Restos”, dessa forma, revela um conteúdo para além de signos e transcende cenas que nos ligam. “A ideia de apresentar essa peça agora é mostrar que o acesso à cultura é um direito dessas pessoas em situação de rua. Queremos ofertar a cultura em uma perspectiva cidadã, aproximando os equipamentos culturais dessa população”, explica Rane Félix, assessora de gabinete da Secult.
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