Walmor Corrêa e a autópsia do mito em cartaz no Museu de Arte Contemporânea

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Por quase dez anos, o corpo da produção de Walmor Corrêa vem percorrendo um caminho inesperado e consistente, sempre pautado em questões de origem, desenvolvendo gradativamente um repertório formal e visual de suas criações. O termo “criações” adquire um sentido literal, pois em um primeiro olhar, os trabalhos do artista pouco ou nada parecem trazer algo de extraordinário. Pelo contrário: típicas pinturas naturalistas destinadas à fauna e de início, o único fato a estranhar é esses trabalhos aparentemente de cunho didático estarem numa exposição de arte contemporânea.

No entanto, quando deixamos o olhar percorrer todos os limites dessas imagens cuidadosamente pintadas, vamos compreendendo aos poucos que não se tratam exatamente de representações naturalistas de animais que povoam o cotidiano do imaginário das matas do Brasil. É fácil perceber que a verdade supostamente inerente à estética naturalista não passa de um mito passível de ser questionado.

Walmor pinta seres totalmente improváveis, quase mitológicos, embora possuam uma familiaridade tornada horripilante. Híbridos de mamíferos e insetos, pássaros e peixes, mamíferos e aves, mamíferos e peixes.

Seres inventados pela dedicada criatividade de um artista, mas que falam de um mundo fantástico, de uma fauna fantástica que perturba nossa percepção, principalmente pelo fato de que, na atualidade, eles não se apresentam apenas meras alucinações artísticas, mas possibilidades científicas.

A exposição está em cartaz no Museu de Arte Contemporânea – MAC. Confira alguma das obras em cartaz!

 

Fotos: Reprodução

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